Economia

Rubens Barbosa aponta caminhos para recuperar o protagonismo internacional

"O Brasil é uma das 10 maiores economias do mundo e, em termos geopolíticos, tem que restabelecer sua importância e sua posição no mundo, encontrando um lugar adequado como líder regional", disse

Rosana Hessel
postado em 31/08/2018 06:00
O embaixador Rubens Barbosa
O embaixador Rubens Barbosa, um dos principais críticos da política externa dos governos petistas e da histórica burocracia para se fazer negócio no Brasil, ainda é um otimista em relação ao potencial de crescimento do país e de sua capacidade para voltar a ter relevância no mercado internacional, perdida nos últimos anos.

;O Brasil é uma das 10 maiores economias do mundo e, em termos geopolíticos, tem que restabelecer sua importância e sua posição no mundo, encontrando um lugar adequado como líder regional. Para isso, o país tem que ter posições claras e transparentes nas negociações multilaterais;, afirmou Barbosa, em entrevista ao Correio, por telefone.

O diplomata foi embaixador do Brasil em Washington entre 1999 e 2004 e atualmente é consultor e presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior, da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Barbosa lança hoje, na sede do Instituto Rio Branco, em Brasília, o livro O lugar do Brasil no Mundo: Agenda Modernizadora (Sesi-SP Editora), a partir das 16h. ;A ideia do livro é mostrar o lugar do Brasil neste momento de grandes transformações e como o país deve se modernizar para voltar a participar da dinâmica de comércio exterior;, resumiu.

O momento eleitoral foi o principal motivador da iniciativa do livro, que tem uma coletânea de artigos publicados, com propostas que poderão ser aproveitadas pelo próximo presidente da República na política externa. ;Essa eleição será um divisor de águas para as próximas décadas. E, com a crise política no meio de tudo isso, resolvi selecionar alguns temas que podem compor uma agenda para a política interna e externa do país, tanto na área de defesa e de Estado quanto na área jurídica, que são temas em que tenho mais afinidades;, explicou. Entre os temas abordados no livro estão a perspectiva das relações Brasil-Estados Unidos nos próximos 10 anos e os desafios da política industrial brasileira.

;Por uma série de razões externas, a voz do Brasil ficou muito diminuída ao apoiar regimes autoritários e, por conta disso, acabou sendo rebaixado no contexto internacional. Agora, temos que voltar a defender valores tradicionais que o país sempre defendeu em organismos internacionais;, explicou. Na opinião de Barbosa, o Brasil precisa avançar em várias áreas, principalmente, em tecnologia. ;O país está muito atrasado. Estamos longe da indústria 4.0 e, por conta disso, temos que fazer um esforço enorme para acompanhar o desenvolvimento global e o que está acontecendo no mundo;, frisou.

Para o diplomata, as eleições deste ano vão afunilar dois grupos de candidatos: os reformistas e os populistas, e o eleitor precisará escolher qual o caminho que o país vai trilhar no contexto internacional. ;Os reformistas são os que mais se aproximam das propostas que aponto no livro, porque serão necessárias reformas internas para reduzir o Custo Brasil e aumentar a produtividade para que o país volte a ter relevância e competitividade no mercado internacional, e isso não consta nas plataformas dos candidatos populistas;, resumiu.

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