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Viveiro do Jardim Botânico reúne cerca de 25 mil mudas nativas do cerrado

Elas são cultivadas e espalhadas pelo Distrito Federal durante o período chuvoso

postado em 05/09/2015 14:00
João Amorim, superintendente de Conservação do Jardim Botânico de Brasília, trata com zelo cada muda de ipê

Ao olhar para as pequenas sementes que mais parecem pedaços de algodão, é difícil imaginar os frondosos ipês que no período da seca transformam a cara de Brasília. No viveiro de mudas nativas do cerrado do Jardim Botânico de Brasília (JBB), uma equipe cuida de seis diferentes espécies da árvore. Tem o ipê-branco, o rosa, o amarelo-caraíba, o amarelo-peludo, o verde e o roxo. De cada um, há cerca de 25 mil mudas. Elas integram uma compensação ambiental da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e o parque.

O processo de plantio começa com a marcação das plantas matrizes, ou seja, com boa saúde e previsão de bons frutos. Essa identificação ocorre tanto dentro de Brasília como fora. De acordo com o superintendente de Conservação do Jardim Botânico, João Amorim, a coleta dos ipês ocorreu em locais como a Universidade de Brasília (UnB) e a L4 Norte. ;Essa etapa é muito importante, pois garante a variabilidade genética da planta;, comenta o gerente do viveiro, Lucas Francisco da Silva. O grupo acompanha as plantas para saber a data de recolher os frutos e, a partir deles, retirar as sementes. Estas são levadas ao sementeiro, uma área com areia onde a árvore começa a brotar.

Elas são cultivadas e espalhadas pelo Distrito Federal durante o período chuvoso

As sementes que não são usadas são condicionadas em reservatórios dentro de uma câmera refrigerada. ;Cerca de 70% das sementes de ipês perdem a viabilidade de reprodução dentro de dois ou três meses; por isso, é importante essa preservação;, esclarece João. Por causa do cuidado, a possibilidade de aquela semente germinar pode ser prolongada por um ano ou mais. Depois do sementeiro, assim que as primeiras folhas nascem, as mudas são colocadas em sacos com terra, adubo e calcário. Ali, elas permanecem no viveiro até atingirem entre 40cm e 50cm de altura. ;Claro que isso varia de espécie para espécie;, explica. Em seguida, ocorre o plantio. No entanto, essa etapa do processo só ocorre no período chuvoso.

Os ipês são plantas de raízes profundas. ;Como árvores do cerrado, eles crescem, primeiro, para baixo até para conseguirem sobreviver ao clima;, comenta o engenheiro florestal Luiz Otávio França Campos. Além da beleza e da exuberância, a vegetação pode ser usada para fins medicinais, para fazer artigos de madeira e para recuperação de áreas degradadas.

Faça o clique
; A campanha do Correio Braziliense, lançada em parceria com a TV Globo Brasília, tem registrado os melhores ângulos da árvore mais conhecida ; e para muitos, a mais bela ; do cerrado. Desde 18 de julho, leitores e telespectadores podem marcar as suas imagens. Depois, um caderno especial no Correio e um vídeo na TV Globo Brasília celebrarão aquelas que melhor souberam captar a essência desse símbolo brasiliense.O leitor ou o telespectador podem marcar a foto do ipê nas redes sociais de imagens para participar, além de usar a hashtag #BrasiliaCapitaldoIpe. Outro canal é o site www.correiobraziliense.com.br/BrasiliaCapitaldoIpe. Aqueles que usam o aplicativo de mensagens WhatsApp também podem mandar as imagens.

Elas são cultivadas e espalhadas pelo Distrito Federal durante o período chuvoso

A vez do ipê-branco
Começam a surgir na cidade as pinceladas brancas características do Tabebuia roseo-alba, mais conhecido como ipê-branco (foto). Entre agosto e outubro, a árvore dá o ar da graça e encanta os brasilienses, que não perdem tempo e garantem uma foto da planta exuberante e recheada de cachos de flores. No entanto, é preciso ser rápido, pois uma das características da espécie é que a floração não dura muito. A árvore varia de 7m a 16m de altura. O tronco do ipê-branco, assim como o de outras espécies, é muito utilizado pela indústria mobiliária, por ser espesso e de boa qualidade.

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