Depois do abrigo

Sobre o especial

postado em 01/08/2014 05:59
Para quem passou a maior parte da vida em instituições de acolhimento (o antigo orfanato), a travessia para o lado de fora do mundo, aos 18 anos, costuma ser muito dolorosa. ;Alguns abrigos relatam quadros de intenso sofrimento;, conta Cristiane Ribeiro Mendes, supervisora de Fiscalização, Orientação e Acompanhamento de Entidades da Vara da Infância e da Juventude.

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São poucos, ainda, os meninos e as meninas que, crescidos, conseguem viabilizar uma vida cidadã depois da passagem pelo abrigo e do abandono anterior. Há os que dão o salto para além do que deles se esperava. São jovens com incrível capacidade de resiliência que aprenderam a transformar dor em afirmação, medo em coragem, perdas em conquistas. Alguns desses jovens vão contar ao Correio Braziliense, a cada sexta-feira, o percurso que fizeram desde a infância doída, até a juventude, vasta de tempo presente e de projetos futuros.

[SAIBAMAIS]São 165 os adolescentes (acima de 12 anos) que vivem em 19 instituições de acolhimento no Distrito Federal. A se guiar pelos percentuais do Cadastro Nacional de Adoção, raros serão adotados. (Apenas 0,27% dos pretendentes aceitam crianças com 12 anos).

Fosse seguido à risca o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), crianças e adolescentes só poderiam ficar em abrigo até no máximo 2 anos. Ou seriam reintegrados à família ou adotados. Mas entre a letra da lei e a da realidade é longa a distância.

Fossem obedecidas as leis, aqueles que completassem 18 anos seriam tutelados pelo Estado em repúblicas que serviriam de apoio e orientação para a vida autônoma. O Distrito Federal ainda não oferece esse apoio aos jovens saídos do abrigo.

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