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Doleiro Youssef é absolvido em processo de lavagem de dinheiro do tráfico

Juiz entendeu que Youssef teria cedido o escritório para recebimento e entrega do dinheiro, sem conhecimento da proveniência dos recursos

Naira Trindade
postado em 21/10/2014 15:05
Sob a acusação de pelo menos seis ações penais na Justiça Federal do Paraná, o doleiro Alberto Youssef recebeu ontem a primeira sentença: foi absolvido pelo crime de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Responsável pela investigação da Operação Lava-Lato, o juiz Sérgio Moro acolheu o posicionamento do Ministério Público Federal e da defesa o doleiro. Segundo eles, o réu teria cedido seu escritório para recebimento e entrega do dinheiro, sem conhecimento da proveniência dos recursos - no caso, do tráfico de drogas. Youssef, no entanto, ainda está preso devido aos outros processos.

Os outros réus Rene Luiz Pereira, Carlos Habib Chater e André de Catão de Miranda foram condenados pelo crime de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. De acordo com a sentença, em síntese, US$ 124 mil teriam sido enviados da Europa ao Brasil e, em seguida, para Bolívia para pagamento de fornecedores de drogas. Para internação dos valores foram utilizadas a conta de posto de gasolina em Brasília (Posto da Torre) e conta de empresa de fachada em Curitiba.

[SAIBAMAIS]Rene Luiz Pereira também foi condenado pelo crime de evasão fraudulenta desse numerário para a Bolívia. Ele recebeu condenação por crime de tráfico internacional de drogas, sendo responsável por 698 quilos de cocaína apreendidos em novembro do ano passado em Araraquara, São Paulo. A sentença prevê pena de 14 anos de reclusão para Rene, em regime fechado. Já Carlos Habib Chater tem pena de cinco anos e seis meses de reclusão (regime fechado) e André Catão de Miranda foi condenado a quatro anos de reclusão, em regime semiaberto.

Ao ser libertado, André Catão voltará a Brasília. O advogado dele, Marcelo de Moura Souza afirmou que espera que o cliente seja cumprida ainda hoje. Pelo alvará de soltura, Catão está proibido de deixar o país e terá de respeitar os compromissos com a Justiça, como informar viagens e mudança de endereços. Também nesta segunda-feira (20), o juiz Sérgio Moro passou a tarde de ontem colhendo os depoimentos dos réus Antônio Almeida Silva, Márcio Andrade Bonilho, Murilo Tena Barros, Leonardo Meirelles e Waldomiro Oliveira. Eles respondem ao processo de crimes de lavagem de dinheiro na Petrobras e encerram a sessão de oitivas desta ação penal.

Os outros cinco réus: Alberto Youssef, Esdra de Arantes Ferreira, Leandro Meirelles, Paulo Roberto Costa e Pedro Argese Júnior prestaram informações no início do mês. À época, Paulo Roberto e Youssef detalharam o funcionamento do esquema na estatal. Costa afirmou que parte da propina cobrada na Diretoria de Abastecimento era dividida entre, PP, PT e PMDB. Ele esclareceu que os partidos recebiam 3% pagos pelas grandes empreiteiras por contratos fechadas com a Diretoria de Abastecimento, comandada por ele.

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