Eleições 2014

Suposto laranja de Alberto Yousseff acusa PP de receber dinheiro

Empresário afirma que presenciou reuniões de políticos do partido com Alberto Youssef. O objetivo era captar recursos para as campanhas de 2010

Naira Trindade
postado em 22/10/2014 06:03
Youssef está preso desde março: doleiro foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas

A quatro dias das eleições, novos depoimentos da Operação Lava-Jato voltam a tumultuar o cenário político. Em mais de uma hora de declarações à Justiça Federal do Paraná, Leonardo Meirelles, empresário e suposto laranja do doleiro Alberto Youssef no laboratório Labogen, confirmou o envolvimento de ;agentes políticos; com Youssef para a captação de recursos destinados ao financiamento de campanhas eleitorais. ;No escritório da Avenida São Gabriel (em São Paulo), tinha um fluxo grande de políticos do partido PP;, relatou Meirelles, afirmando que a legenda tinha ;uma grande quantia em aberto com ele como saldo de financiamento de campanha de 2010;.

Questionado pelo juiz federal Sérgio Moro se os políticos recebiam dinheiro de Youssef, Meirelles respondeu: ;Recursos, não sei dizer, mas tinham contas-correntes. Que tinham negócios com o senhor Alberto era visível e notório, eu ficava lá aguardando;, contou. Ele ainda afirmou ter presenciado alguns desses encontros. ;Em algumas reuniões ou situações, eu saía da sala. Outras eu presenciei, mas não tenho provas.; Ao ser indagado sobre o número de políticos, ele se limitou a dizer: ;Alguns;. Por orientação judicial, ele não revelou os nomes para evitar que o processo fosse remetido às instâncias responsáveis por casos em que os envolvidos tenham foro privilegiado.

No entanto, nomes de deputados do PP já foram citados por outros envolvidos no esquema do doleiro em depoimentos anteriores. Reportagem da revista Veja mencionou que os pepistas João Pizzolatti (SC), Mário Negromonte (BA), Aline Corrêa (SP), Arthur Lira (AL), Nelson Meurer (PR) e Pedro Corrêa (PE) se encontraram com o doleiro. Todos negam ter recebido dinheiro ilícito para caixa dois de campanha.

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