Eleições 2014

Aliados de Dilma e Aécio são nomes fortes para ocupar cargos na Esplanada

Terminam a campanha em alta com os candidatos é a senha para quem almeja uma vaga no novo governo

Paulo de Tarso Lyra
postado em 26/10/2014 05:45
Quatro meses de campanha oficial são suficientes para sedimentar relações ou romper apoios e confianças. Chegar ao término da jornada em alta com o candidato ao Palácio do Planalto não é uma tarefa fácil. Mas é a senha para quem deseja, após o veredito das urnas, ocupar um cargo na Esplanada ou ter um bom trânsito no Poder Federal pelos próximos quatro anos.

Os estilos de decidir de Dilma e Aécio são bastante parecidos. Apesar de se cercarem de auxiliares e conselheiros para todos os assuntos, são eles quem tomam as decisões finais. O petista e a tucana deram o norte da campanha. No caso de Dilma, Lula foi importante, mas, em diversos momentos, ela fez ouvidos moucos aos conselhos dele, resgatando-o nessa reta final do segundo turno.

Na lista preferencial dos candidatos, dois nomes saltam aos olhos: Antonio Anastasia pelo tucanos e Miguel Rosseto pelos petistas. Anastasia elaborou o programa de governo de Aécio, elegeu-se senador por Minas com mais de 60% dos votos válidos e torna-se um nome certo na equipe ministerial caso o presidenciável do PSDB seja eleito hoje. Armínio Fraga já foi até escalado como ministro da Fazenda.

Rossetto veio corrigir um problema essencial da direção do PT: todos os dirigentes do partido estavam assoberbados com as campanhas da legenda, e nenhum deles tinha disponibilidade para viajar com a presidente. ;O Rossetto transformou-se nesse anteparo para a presidente quando ela chegava a um estado;, definiu um integrante do staff dilmista.

Pacificação
De ambos os lados, dois estrategistas regionais ajudaram a pavimentar as candidaturas: Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Jaques Wagner (PT-BA). ;O Duarte foi fundamental para ajudar Aécio a unificar o PSDB paulista, uma legenda cheia de egos;, resumiu um tucano fora do circuito Faria Lima-Avenida Paulista. Wagner, entretanto, além de garantir uma hegemonia de 12 anos do PT na Bahia, segurando a volta do carlismo, ainda traçou, especialmente no segundo turno, as estratégias para Dilma crescer ainda mais na Região Nordeste.

Em toda campanha são fundamentais os estrategistas, mas também os responsáveis pela ofensiva. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) transportou para a campanha o mesmo estilo aguerrido dos debates nas comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Assumiu a coordenação jurídica da campanha tucana e protocolou diversas queixas, pedidos de direitos de resposta e críticas ao PT. Já ao lado de Dilma, cresceu a presença de Aloizio Mercadante. ;Ele é bom de debate, é bom no confronto. Mercadante foi importante para municiar a presidente com números e dados para os debates, especialmente os confrontos televisivos;, disse um auxiliar da presidente.

Tucanos
Confira nomes cotados para compor o governo em caso de vitória do PSDB

Armínio Fraga
O único dos auxiliares de Aécio que assumirá um cargo já conhecido caso o tucano seja eleito: ministro da Fazenda. Foi presidente do Banco Central durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso

Antonio Anastasia
Pessoa da estrita confiança de Aécio, foi o responsável pela elaboração do programa de governo do presidenciável. Ex-governador de Minas, elegeu-se senador com mais de 60% dos votos válidos. Cotado para o Ministério do Planejamento

Carlos Sampaio
Deputado federal pelo PSDB de São Paulo, amigo próximo do candidato a presidente, assumiu a coordenação jurídica da campanha de Aécio. Responsável por todas as representações legais do PSDB no Congresso e nas CPIs. Pode assumir o Ministério da Justiça

Duarte Nogueira
Deputado federal e presidente do PSDB de São Paulo, foi o responsável pela costura fina da sintonia de Aécio com os tucanos paulistas, como o governador reeleito do estado, Geraldo Alckmin, e o senador eleito José Serra

Petistas
Confira nomes cotados para compor o governo em caso de vitória do PT

Miguel Rossetto
Ministro do Desenvolvimento Agrário nos governos Lula e Dilma, ex-presidente da Petrobras Biocombustíveis, Rossetto é amigo direto de Dilma Rousseff desde os tempos do governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul. Foi escalado pelo PT para blindá-la nas viagens de campanha

Jaques Wagner
Governador eleito e reeleito da Bahia, abriu mão de candidatar-se a algum cargo público para eleger Rui Costa como sucessor. Ministro do Trabalho e da Articulação política de Lula, foi fundamental na estratégia de campanha do PT no Nordeste

Aloizio Mercadante
Ministro de três pastas ao longo dos quatro anos de governo Dilma, encerra o mandato da presidente como titular da principal pasta do Palácio do Planalto, a Casa Civil. Foi essencial no treinamento de Dilma para o embate econômico, especialmente nos debates na televisão

Ricardo Berzoini
Convocado no início deste ano para abrir mão da reeleição para deputado federal e assumir a articulação política do governo com o Congresso, Berzoini foi essencial na negociação com aliados, especialmente com o PMDB

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