Eleicoes2010

Partido Verde está dividido nos estados

Nas unidades da Federação onde há segundo turno, partido de Marina Silva apoia ora a coligação de Dilma, ora a de José Serra

postado em 10/10/2010 10:47
O PV é um partido dividido nos estados que decidem as eleições em segundo turno. Em nove unidades da Federação, a disputa pelos governos não terminou no dia 3 e, a exemplo do que ocorre na corrida presidencial, os verdes têm posições diferentes sobre quem apoiar na etapa decisiva das eleições.

O partido está com candidatos que apoiam Dilma Rousseff (PT) em quatro unidades da federação. Em outros quatro estados, a legenda apoia os alinhados a José Serra (PSDB). Em Roraima, onde a disputa também foi para o segundo turno, o PV não participou de nenhuma chapa inscrita.

As realidades regionais repetem a divisão do partido em âmbito nacional e, mais do que isso, antecipam apoios antes mesmo da convenção nacional do PV, marcada para o próximo dia 17. Na convenção, 80 votantes vão decidir quem a sigla vai apoiar ; Dilma ou Serra ; ou se ficará neutra na disputa.

A ex-presidenciável Marina Silva, que recebeu 19,6 milhões de votos no primeiro turno, tende a ficar neutra. A executiva nacional vai na direção contrária da principal expoente do PV e quer apoiar Serra. Verdes e tucanos estão aliados há tempos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Nos estados onde há segundo turno, as lideranças do PV não querem esperar a convenção nacional para tomar uma posição. Na semana passada, dois candidatos do PV derrotados nas urnas anunciaram quem apoiam nesta etapa. Eduardo Brandão, que recebeu 78,8 mil votos no DF, declarou apoio ao candidato do PT, Agnelo Queiroz. Teresa Britto, que deixou a briga pelo governo do Piauí com 24,8 mil votos, apoia oficialmente o candidato do PSDB, Silvio Mendes.

Apetite
Em outros seis estados, a posição das lideranças do PV está clara, seja pela composição já existente desde o primeiro turno ou pelo histórico de aproximação e apetite por cargos nas administrações locais. Em Goiás, o partido já ocupou cargos na gestão do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e, agora, estará com o senador tucano no segundo turno. Na primeira etapa, o PV integrou uma aliança que fez oposição a Marconi e a seu oponente, Iris Rezende (PMDB).

Em Alagoas, a chapa integrada pelo PV também foi derrotada e, agora, a sigla deve caminhar com o governista Ronaldo Lessa (PDT). Na Paraíba e no Amapá, os verdes já estavam com os tucanos. A aliança com os petistas no Pará permanece no segundo turno. Em Rondônia, o PV está na chapa que apoia Dilma. ;O nosso acerto se deu por questões programáticas;, afirma a candidata verde derrotada no Piauí, Teresa Britto. ;Esse é um país continental. O processo local não tem relação com o nacional;, justifica Eduardo Brandão, ex-candidato do PV no DF. ;Em Brasília, a situação é complicada por causa dos joguetes de Joaquim Roriz.;

O grupo político de Marina Silva, recém-chegado ao PV, reconhece que o partido tem ;realidades distintas; nos estados. ;O ideal seria que as escolhas passassem pela coordenação nacional. Marina não participa das decisões estaduais;, afirma João Paulo Capobianco, que coordenou a campanha de Marina à Presidência.

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