Ser Sustentável

Poluição matará em São Paulo 256 mil até 2030

postado em 11/08/2014 18:34
Em pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade ficou claro que os problemas relacionados à poluição não serão poucos no futuro. Liderado pelos pesquisadores Evangelina Motta Pacheco, Cristina Guimarães Rodrigues e Paulo Hilário, o estudo constatou que, em 16 anos, 256 mil pessoas morrerão no estado de São Paulo devido a complicações respiratórias provocadas pela poluição atmosférica. A estimativa ainda prevê que cerca de 25% do total de mortes acontecerão na capital paulista.

O propósito da pesquisa, que usou o ano de 2011 como sua base de dados, é, além de analisar o número de possíveis vítimas, realizar projeções de internação hospitalar e quantificar o dinheiro que será gasto com elas até 2030. Durante o período, a avaliação é de que aconteçam cerca de 1 milhão de internações a um custo de R$ 1,5 bilhões dos cofres públicos.

Os pesquisadores ainda definiram que a população de risco ; pessoas que já sofrem de doenças pulmonares, de circulação e do coração ; serão as mais afetadas, bem como crianças de até cinco anos que têm quadros de infecção das vias aéreas ou pneumonia.

De acordo com informações divulgadas no relatório, ;a magnitude dos resultados aponta para a necessidade de implementação de medidas mais rigorosas para o controle da poluição do ar, formas alternativas de energia limpa de transporte, entre outras ações, como forma de reduzir os danos à saúde da população e os gastos governamentais;.

Apesar dos números gritantes para a maior cidade do país, a situação também é preocupante ao redor do mundo. Segundo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, estima-se que mais de 3,5 milhões de pessoas faleçam prematuramente em decorrência da concentração de material particulado na atmosfera. Além disso, o estudo aponta que a poluição atmosférica deve se tornar a principal causa ambiental de mortalidade no mundo em 2050.

Fiscalização precária

Um dos problemas para uma fiscalização e monitoramento mais eficientes dos índices de poluição nas cidades brasileiras é a desatualização dos índices aceitáveis para o ser humano. No Brasil os padrões nacionais do monitoramento da qualidade do ar foram estabelecidos em 1990, o que contribui para a continuidade dos níveis de mortes e internações. A indefinição de novos padrões em âmbito nacional e um controle mais rigoroso dos níveis de poluição protela medidas efetivas para o combate da poluição atmosférica por fontes automotoras e industriais no país.

Neste sentido, a pesquisa divulgada relata que os esforços para a elaboração de novos padrões de poluição no Brasil, bem como incentivos ao transporte público e meios alternativos de transporte, controle mais rigoroso sobre as emissões de poluentes e aumento do número de estações de monitoramento da poluição ajudariam a mitigar o problema. Assim, a experiência de técnicos ambientais e mais estudos de impacto sobre a saúde, servem como instrumentos de informação baseada em evidências à sociedade civil e auxílio aos planejadores para definição de novos critérios de controle da emissão de poluentes.

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