Ensino_EducacaoBasica

MPs fiscalizam escolas públicas e cobram soluções do Poder Público

postado em 28/04/2014 19:04
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e um grupo do Ministério Público inspecionam a Escola Municipal Professor Helena Lopes Abranches, na zona oeste do Rio  Tânia Rêgo/Agência BrasilUm escola superlotada, com paredes no reboco e poucos banheiros para 1,1mil crianças. Essas são algumas das condições encontradas pela comitiva dos ministérios públicos Federal e Estadual no Rio de Janeiro. Procuradores e promotores fizeram neste Dia Internacional da Educação (28) uma espécie de blitz em escolas públicas do país para averiguar as instalações e o atendimento às crianças. No Rio, a visita teve a presença do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Na capital fluminense, a comitiva com o procurador-geral esteve na Escola Municipal Professora Helena Lopes Abranches. A unidade fica na zona oeste, região que concentra denúncias, como falta de vagas e superlotação. Lá, o almoço começa a ser servido às 9h, por exemplo. ;Temos 600 alunos por turno. Se eu colocar todos para almoçar no horário do almoço, faltaria espaço;, diz a diretora, Luciana Lebis.

escola sofre também com insuficiência de bebedouros e banheiros, que estão disponíveis apenas no andar térreo, em um prédio de três andares, e áreas de lazer. ;Pela demanda da quantidade de turmas, às vezes, três, quatro turmas fazem educação física ao mesmo tempo, na mesma quadra;, relatou a diretora. A escola também não é adaptada para alunos com deficiência.

Outro problema é o fato de a escola, de ensino infantil, receber turmas de ensino médio durante a noite, quando outra diretoria assume o turno, coordenada pela rede estadual. ;Isso gera problemas por falta de espaço;, disse a diretora Luciana.
[SAIBAMAIS]
Durante a visita, os procuradores e promotores preencheram um formulário sobre as condições da escola. O objetivo é, posteriormente, estabelecer um diálogo com a prefeitura e o governo do estado. ;Em último caso, sendo necessário, é nosso dever buscar a tutela judicial;, disse a procuradora Maria Cristina Cordeiro. ;Mas não em um primeiro momento. Queremos que os gestores solucionem os problemas sem que precisemos ir à Justiça;, completou.

A visita faz parte do projeto Ministério Público pela Educação, que além de ir até escolas de 14 estados pelo país, pretende criar canais de diálogo com a população, como audiências públicas, para ouvir os pais, os alunos e os profissionais. Na zona oeste da cidade do Rio, a próxima reunião com a comunidade está prevista para o dia 27 de maio.

Acompanhando a visita da comitiva na escola do Rio, a representante da Secretaria de Educação, Mariana Grolla, disse que a reforma da instituição está entre as prioridades da pasta. ;A escola foi incluída no Programa Conservando. No projeto, quem prevê as ações imediatas para a reforma são os engenheiros;, disse, sem antecipar a data de início das obras.

A secretaria reconhece que o elevado número de turmas no colégio não é o ideal, mas não tem opção. ;Nossa prioridade é manter as crianças na escola. São poucas escolas aqui no entorno e esta tem uma demanda muito grande;, disse Mariana. A previsão é que a prefeitura construa unidades ainda em 2014, mas não confirma se serão na zona oeste.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação