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Termina a greve de professores da UnB

Por uma diferença de 15 votos os docentes aprovaram o fim da paralisação. Aulas recomeçam na próxima segunda-feira

postado em 17/08/2012 17:11

Com 130 votos a favor e 115 contra, os professores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram encerrar a greve da categoria que já durava 89 dias. Na assembleia realizada nesta sexta-feira (17/8), os professores optaram também por manter a eleição para reitor para a quarta e quinta-feira da semana que vem.

Pego de surpresa pela decisão, o decano de Ensino de Gradução, José Américo Soares Garcia, afirmou que as aulas devem ser retomadas a partir de segunda-feira (20). Porém, o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) ainda precisa se reunir para decidir o . A próxima reunião do conselho está marcada para quinta-feira (23).

A UnB Agência informou, por meio do site, que o complemento do primeiro semestre de 2012 será cumprido entre os dias 20 de agosto e 6 de outubro e que o segundo semestre de 2012 terá início com as atividades acadêmicas da Semana Universitária, entre os dias 22 e 27 de outubro.

Ainda de acordo com a agência, as aulas do segundo semestre vão do dia 29 de outubro a 8 de março de 2013. O recesso de fim de ano ocorre entre os dias 23 de dezembro e 6 de janeiro de 2013.

Na quinta-feira passada (9/8), os . Foram 254 votos a favor da paralisação, 70 contra e 6 abstenções. Na assembleia desta sexta-feira (17) o fim da paralisação não estava em pauta, mas foi incluída no início do encontro, por isso a surpresa com a decisão.

Divergência
Desde a assembleia de 30 de julho o movimento grevista da UnB encontrava-se dividido. Enquanto a diretoria da Associação dos Docentes da UnB (AdUnB) propunha o fim da paralisação após a segunda proposta do governo, a maioria dos professores apoiava a posição do comando local de greve, pela intensificação do movimento.

Houve, inclusive, . Quando percebeu que a proposta da diretoria não seria aceita, o presidente da associação, Rafael Morgado, deixou o anfiteatro onde ocorria a votação, que precisou ser encaminhada por outro membro da diretoria.

Como a inclusão do votação sobre a greve ocorreu em cima da hora, está sendo levantada a hipótese de golpe da diretoria da AdUnB. Segundo Rafael Morgado, a convocação da assembleia ocorreu ontem (16). Ele confirmou que a reunião tinha por objetivo votar a proposta de adiamento do calendário das eleições para reitor da instituição.

"Ontem o comando local de greve pediu que fosse feita uma assembléia para debater o adiamento do calendário eleitoral, e aí foi convocada essa assembleia para hoje", explica. No entanto, no início do encontro, alguns docentes se manifestaram e pediram que o tema da saída da greve fosse incluído na pauta de votação.

O comando local de greve não confirma a versão do presidente. "Essa informação não se confirma. O que aconteceu foi que a direçaõ da AdUnB pediu a convocação dessa assembleia para discutir um único ponto de pauta", afirma Liliane Machado, membro do comando local.

Entenda o caso
A greve nacional foi decretada em 17 de maio pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Em 21 de maio, os professores da UnB aderiram à paralisação. As principais reivindicações eram com relação ao plano de carreira da categoria. Os docentes pediam diferença de 5% entre os níveis.

A última proposta do governo foi a de um , considerado insuficiente pelo Andes-SN, que também criticou a reestrução proposta por dificultar a chegada do prefessor universitário ao último nível da carreira. Outra entidade, porém, aceitou a proposta e assinou acordo com o governo, a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes).

Com a assinatura do acordo, o com os professores e, agora, negocia com servidores técnico-administrativos, parados desde 11 de junho. Já foi feita uma , que também não foi aceita.

Greve nacional
Hoje, 55 das 59 universidades federais continuam em greve. Ontem (16), parte dos professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiu pelo fim da paralisação. Retomaram as atividades, ainda, os docentes das Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Instituto Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Paraná (IFPR).

Os docentes do câmpus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também voltaram a trabalhar. Os da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) não aderiram à greve.

[SAIBAMAIS]

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