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33% dos universitários são primeiros da família a chegar ao ensino superior

Estudo divulgado nesta terça-feira (6) pelo Ipea mostra também que 52% dos jovens que cursam o ensino superior trabalham

postado em 06/11/2012 20:11

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, na tarde desta terça-feira (6/11), os resultados preliminares do estudo que vai comparar os jovens universitários brasileiros com os chineses. Os primeiros dados mostraram que os pais de um terço dos 2,4 mil estudantes brasileiros entrevistados tem escolaridade baixa. Especialistas destacam que, em muitos casos, eles podem representar a primeira geração da família que conseguiu chegar à universidade e indicam mais um sinal da ascensão da nova classe média brasileira. ;Ter o diploma universitário significa muito para as classes populares, que não tiveram essa chance antes;, lembra o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Eduardo Luiz Zen. Os outros dois terços dos jovens também chamaram a atenção dos pesquisadores nessa fase preliminar do estudo. Os pais desses universitários têm alta escolaridade: ensino médio completo, graduação ou pós. A família de Ana Carolina Soares de Amorim, 22 anos, passa por essa transição. A jovem é formada em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e cursa a segunda graduação, dessa vez em direito, na mesma instituição. ;Nunca passou na minha cabeça não fazer um curso superior, é essencial no mundo de hoje;, comenta a estudante. Acesse o estudo completo A mãe da universitária é formada e tem pós-graduação e o pai, Gilberto Soares da Costa, 49 anos, resolveu fazer companhia à filha no ensino superior. Ele está no 4; semestre do curso de gestão de negócios imobiliários. Costa trabalha no mercado imobiliário há muito tempo e vê que o cliente está cada vez mais carente de informações. ;Quando surgiu esse curso, percebi que era a oportunidade perfeita para me qualificar melhor para o mercado;, explica. Gilberto acredita que estaria em condições profissionais melhores se tivesse feito uma graduação mais cedo, por isso, sempre incentivou a filha a investir nos estudos. Estudo divulgado nesta terça-feira (6) pelo Ipea mostra também que 52% dos jovens que cursam o ensino superior trabalham O estudo do Ipea também mostrou que 52% têm trabalho remunerado. Ana Carolina faz parte dessa estatística, com duas atividades remuneradas: trabalho e estágio. Ela acredita que o esforço para conciliar as três jornadas é essencial para o currículo e para a carreira no futuro. Para conseguir manter as matérias em dia, a universitária dedica os fins de semana ao estudo. Segundo os dados da pesquisa do Ipea, os estudante de universidades públicas representam a maioria dos que passam mais tempo estudando fora da sala de aula (ver gráfico abaixo). Quase 20% deles disseram dedicar de 11 a 15 horas para aos estudos por semana. O índice cai para menos de 10% entre os alunos de instituições particulares. Estudo divulgado nesta terça-feira (6) pelo Ipea mostra também que 52% dos jovens que cursam o ensino superior trabalham

Troca de informações O objetivo da pesquisa é promover a integração e cooperação na área científica entre Brasil e China. No primeiro trimestre de 2013 mais resultados devem ser divulgados, com dados dos dois países, o que possibilitará a comparação. Todos os jovens ouvidos têm até 24 anos e estudam em universidades de Brasília e São Paulo. Na China, serão incluídas instituições de Pequim e Xangai. As cidades foram escolhidas por serem capitais e maiores pólos industriais nos dois países, respectivamente. A idade-limite foi determinada para possibilitar a comparação entre as duas nações, pois, na China, o percentual de universitários com mais de 24 anos é maior do que no Brasil. Apesar disso, a professora do Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB) Ana Maria Nogales diz que os dados vão contribuir para entender público universitário brasileiro. ;Ela (a pesquisa) pode mostrar o que a juventude brasileira pensa e seus anseios para o futuro;, afirma a professora do Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB) Ana Maria Nogales. Em Brasília, as instituições incluídas no estudo foram a UnB, a Universidade Católica de Brasília (UCB) e o Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb). Alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e de duas outras instituições de São Paulo também foram ouvidos.

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