Ensino_EnsinoSuperior

Unicamp e USP criticam programa Mais Médicos

Representantes das faculdades de medicina das duas instituições declararam em cartas abertas serem contra mudanças no curso de medicina propostas pelo programa

Gustavo Aguiar
postado em 19/07/2013 17:58

A Congregação da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), divulgou nesta sexta-feira (19) uma carta aberta criticando o programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal no início de julho. A publicação do documento ocorreu um dia depois de a faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP) pedir que a medida provisória que cria o programa seja retirada da pauta do Congresso Nacional.

O documento divulgado pela Unicamp reitera a defesa da instituição ao SUS, mas reclama que o programa foi instituído sem o ter sido ouvida a opinião da Associação Brasileira de Ensino Médicas (ABEM) e das universidades brasileiras a respeito do assunto.

A CFM se declarou contra a ampliação do tempo de formação dos médicos, que passou de 6 para 8 anos. Diz ainda que vai "trabalhar pela reforma curricular conforme diretrizes definidas pela ABEM para a formação de médicos generalistas com visão humanista e social."

Para os diretores da faculdade de medicina da USP, as medidas apresentadas pelo governo federal não ajudam a solucionar os problemas da saúde pública. ;Se a questão é a falta de médicos, o adiamento de sua formação irá piorar o quadro atual. Se a questão é distribuição dos médicos por todas as regiões do Brasil, a MP não oferece respostas para a migração desses estudantes com a necessária supervisão desses alunos;, destaca a nota da faculdade.

Programa Mais Médicos
Segundo o programa, a partir de agora, os alunos que ingressarem nos cursos de medicina a partir de 2015 terão que atuar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma. Com a mudança, o curso passará de 6 anos para 8 anos de duração. O programa define também novas regras para a contratação de médicos estrangeiros.

A medida é válida para faculdades públicas e privadas e visa aumentar o contingente de profissionais de saúde disponíveis para atender os pacientes na saúde pública, sobretudo em regiões afastadas dos grandes centros urbanos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação