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Secretário diz que Programa Mais Médicos é fundamental para melhorar saúde

postado em 02/08/2013 16:52
Se são grandes as dificuldades do governo federal em encontrar médicos para trabalharem nos municípios do interior, o que dizer das dificuldades para contratar profissionais dispostos a se embrenharem nas florestas brasileiras a fim de atender às populações indígenas. Este é um dos desafios da Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), segundo o secretário, Antônio Alves de Souza.

;Não é à toa que a saúde indígena está entre as prioridades do Programa Mais Médicos;, disse à Agência Brasil. Em todo o país há 750 postos de saúde em aldeias, e menos de 300 médicos atendendo. ;O problema é que a absoluta maioria deles está em locais próximos a cidades, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, enquanto 68% da população indígena vive na Amazônia Legal;, informou o secretário.

De acordo com Souza, os estados que apresentam maior vulnerabilidade são Acre, Amapá, Pará, Maranhão e Piauí. ;O país precisa de, no mínimo, mais 200 médicos para atender à saúde indígena;, acrescentou.

O Mais Médicos tem como meta levar médicos para atuarem na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, em especial na periferia de grandes cidades e em municípios do interior. ;Muitos médicos se recusam a trabalhar 40 horas semanais. Por isso, avaliamos ser melhor termos dois médicos com carga de 20 horas do que um de 40 horas;.

Para fiscalizar as ações dos órgãos subordinados à Sesai, há um sistema de divulgação de escalas de profissionais da saúde no site da secretaria. O secretário diz que há, ainda, outras ferramentas que dão condições para a fiscalização dos serviços. ;Ao final de cada mês, a produção feita tem de ser apresentada, e as informações que nela constam [em geral, referentes a atividades feitas em localidades remotas] podem ser confirmadas por meio dos GPS instalados nos veículos;.

Uma alternativa é o Estado investir na formação de ;profissionais indígenas para saúde indígena;, mas isso, acrescenta o secretário, ;só será possível após muito debate e a definição de uma política articulada com o Ministério da Educação;. Souza defende também que, tanto universidades públicas como privadas, promovam retorno social aos investimentos ; e renúncias fiscais, no caso das privadas ; feitos pelo Estado.

;O sistema de ensino público não é gratuito, mas financiado por meio dos impostos. Não são apenas as universidades públicas que são financiadas pelos impostos pagos pelos brasileiros. Há renúncia fiscal que beneficia as universidades privadas. Ou seja, o Estado investe, também, no estudante das universidades privadas. Mas não tem retorno social;, argumenta.

Ele lamenta o fato de as universidades não formarem ;profissionais para a realidade;, apesar do financiamento dos cursos ser feito, direta ou indiretamente, por dinheiro público. Lamenta, ainda, as recentes campanhas feitas por profissionais da saúde contrários ao Programa Mais Médicos.

;As campanhas são feitas por pessoas que não pensam no acesso do cidadão a profissionais de saúde. Precisamos de médicos nestas localidades até mesmo para definirmos qual é a estrutura necessária a uma boa prestação do serviço;, completou.

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