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Brasileiros conquistam vagas em universidades estrangeiras

Os interessados passam por diversas etapas até serem selecionados para os cursos de graduação

postado em 18/05/2015 18:17

Uma alternativa para os vestibulares brasileiros tem se tornado cada vez mais conhecida. Com a ajuda da internet, de empresas especializadas e até mesmo das escolas, estudantes do ensino médio estão descobrindo novas possibilidades. Uma delas são os processos seletivos das faculdades no exterior, principalmente nos Estados Unidos.

Em um longo e complexo sistema de avaliação do estudante, são analisados os diversos fatores que compuseram o ensino médio do candidato, desde os esportes praticados, projetos extracurriculares até trabalhos voluntários. Além da avaliação das notas do ensino médio, todos os certificados acadêmicos ou prêmios externos à escola são considerados.

Allan com a medalha de bronze na Olimpíada Internacional de Biologia em 2014."De certa maneira, eu considero a application um processo muito mais divertido e justo do que o sistema brasileiro de admissão", explica Allan Costa, 17 anos, aprovado no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Morador de Bauru (SP), ele foi incentivado pela escola a participar da Olimpíada de Astrofísica, foi selecionado para as etapas seguintes, chegando até a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA). Ele conta que a convivência com pessoas de outros lugares do país e do mundo fez com que a participação no processo seletivo do MIT fosse algo normal. Allan está em dúvida entre o curso de engenharia biológica e o de biotecnologia. Ele apenas terá que fazer sua escolha aproximadamente oito meses após o início do curso, que será no segundo semestre deste ano.


Acostumado a estudar para a IOAA com livros em inglês, Allan conta que não tinha uma rotina fixa de estudos. Como a aplicação avalia o aluno de uma forma diferente do vestibular, olimpíadas, feiras científicas, projetos educacionais e até mesmo a capoeira e o atletismo - projetos de que ele participou durante os anos escolares - contaram para a aprovação. "Meu currículo já estava preparado, mesmo que o objetivo inicial nunca tenha sido esse", compartilha.

Outra parte importante do processo são as cartas de recomendação, que devem ser pedidas aos professores e diretores das escolas onde o aluno estudou. Além disso, algumas redações são cobradas: as essays. Elas têm caráter pessoal e servem para que a faculdade possa conhecer as opiniões e ideias do candidato.

Hugo com os livros que usou para se preparar.Hugo Vasgestian, 18, foi aprovado para cursar tecnologia visual na George Mason University, no estado da Virgínia (EUA). O carioca foi incentivado pelo pai e pelo professor de geografia a buscar a vaga no exterior. O jovem explica que cada universidade determina um valor diferente para cada parte do processo de seleção. "Não é como o vestibular daqui. São etapas acumulativas. Eu posso tirar uma nota baixa e compensar com o histórico escolar, por exemplo." Hugo também começará seus estudos no próximo semestre.

Algumas das faculdades também convidam os participantes do processo seletivo para uma entrevista (geralmente por Skype), com o objetivo de tirar dúvidas, fazer perguntas e conhecer melhor os candidatos.

Provas

Para concorrer, é necessário enfrentar algumas provas. Geralmente são cobrados três exames:

- TOEFL: necessário para alunos internacionais, ele prova que o candidato tem um bom domínio no inglês;

- SAT Reasoning: uma versão norte-americana do vestibular brasileiro, mas com uma cobrança menor de matérias. Nele, apenas três conhecimentos são cobrados: escrita, leitura crítica e matemática;

- SAT Subject: permite que o candidato escolha três matérias de sua preferência e faça um exame de cada uma. Normalmente, as faculdades cobram apenas duas notas de duas matérias, mas normalmente faz-se três para se ter certa garantia, caso uma das notas não seja tão boa.

Dicas

Hugo Vasgestian sugere ao aluno interessado que "comece se esforçando na escola do primeiro ano até o ultimo. Tire as notas máximas e faça o máximo de atividades". Ele explica também que uma boa pronúncia na língua inglesa e uma boa redação são fundamentais. "Para estudar para os SAT;s e para o TOEFL, creio que o fundamental é investir em simulados", opina.

"A dica que eu deixaria para as pessoas interessadas é: faça do seu ensino médio a melhor experiência possível. Atividades extracurriculares, projetos fora da escola e um destaque interno ao colégio é o que mais conta", conclui Allan Costa.

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