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Estudantes da USP criam projetos para ajudar a sociedade

Proposta surgiu de parceria entre professora e as empresas Arquivei e RunWeb e resultou em dois aplicativos de web criados por alunos

postado em 09/08/2016 17:06

Estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP), junto com a professora Simone e integrantes das duas empresas envolvidas no projeto.

A professora de engenharia de software do Departamento de Sistemas de Computação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), Simone Senger desenvolveu, em parceria com a RunWeb - empresa de desenvolvimento de software web da cidade de São Carlos criada em 2010 por ex-alunos da USP - e a Arquivei - startup de São Carlos, fundada em 2014 - com uma proposta diferente dentro de sala de aula. No projeto, os alunos foram desafiados a criarem projetos reais que solucionassem dois problemas socias: a escassez de doadores de sangue e a dificuldade de doação de notas fiscais para instituições sem fins lucrativos.

;Nós tinhamos a necessidade de uma aplicação prática para motivar os estudantes e, antes de iniciar a disciplina, contactei as duas empresas para participarem do projeto. Era necessário um projeto que fosse possível desenvolver no âmbito da disciplina, e a empresa sugeriu dois problemas reais;, explica Simone. ;Essa proximidade com as startups foi muito importante, pois as mesmas trouxeram sua expêriencia de mercado, contribuindo com a formação dos estudantes. Além disso os estudantes tinham sempre alguém da empresa presente para tirar dúvidas, dar sugestões e acompanhar o o projeto durante todo o processo de desenvolvimento dos produtos de software."

A estudante do 8; semestre de engenharia de computação do ICMC de São Carlos Jéssika Darambaris Oliveira, 24 anos, produziu com cinco colegas, Luiz Felipe Machado Votto, 22; Lucas Marques Rovere, 22; Guilherme Caixeta de Oliveira, 21; Guilherme Gonçalves, 24 e Raphael Victor Ferreira 25, uma plataforma web para conectar organizadores de campanhas de doação de sangue a doadores. ;Existem dois tipos de usuários no sistema. O divulgador é uma pessoa que deseja disseminar uma campanha de doação de sangue, podendo ser uma ONG, uma pessoa vinculada a alguma instituição ou uma pessoa que tenha interesse. O outro usuário é o doador, que precisa ter Facebook. O nosso aplicativo puxa todos os dados pelo Facebook da pessoa e pede dados adicionais, como a última vez em que ele doou e o tipo sanguíneo.;

Outra funcionalidade que o aplicativo de web tem é gerar estatísticas. Quando o usuário loga em determinada região, o sistema apresenta todas as campanhas que estão ocorrendo próximas a ele. O divulgador as cadastra no aplicativo, e quem é de determinada região recebe uma notificação questionando se ele deseja participar.

Jéssika conta que foram dois meses de trabalho em grupo, persistência, interesse e aprendizado. ;Essa disciplina é bastante teórica, e a professora Simone quis introduzir a prática. O aplicativo superou as nossas expectativas. Desenvolvemos um produto que não conhecíamos, obtivemos experiência com web e aprendemos a trabalhar em grupo", relata.

Outro projeto importante foi o de doação de notas fiscais, desenvolvido por outro grupo composto por seis alunos, Henrique Silveira, 22; Henrique Cintra, 19; Lucas Mello, 21; Marcello Costa, 21; Adriano Belfort, 21; Adson Filipe, 22 e Denilson Marques 21. A doação de notas fiscais para instituições sociais é feita hoje manualmente. A instituição precisa ir aos estabelecimentos, retirar as notas deixadas para doação e cadastrar manualmente os dados da nota. Além disso, as notas fiscais emitidas possuem um prazo máximo para serem doadas. Isso prejudica bastante essas instituições que necessitam muito de auxílio financeiro. Henrique Silveira, 22 anos, descreve a funcionalidade do projeto. ;O usuário, com as notas ficais em mãos, vai direcionar a câmera do celular para o QR Code. O aplicativo vai extrair as informações e enviar para o sistema da instituição que tem acesso a esse sistema;, explica.

Com esse problema a ser resolvido, os estudantes de engenharia de computação desenvolveram um aplicativo para celular em que o próprio comprador pode doar sua nota fiscal. O aplicativo conta uma funcionalidade capaz de ler o QRCode da nota fiscal (por meio da câmera do celular) e dele extrair automaticamente os dados da nota fiscal. Esses dados são enviados ao sistema da instituição que só precisa aceitar as doações recebidas, facilitando muito o processo e promovendo um aumento nas doações.

Os dois projetos têm em comum a ideia de colaborar com a sensibilização das pessoas em fazer doação de sangue e doação
de notas fiscais. Em breve, os dois projetos serão lançados no mercado, em colaboração com a RunWeb e com a Arquivei.

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