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Alunos e servidores protestam contra falta de pagamento de salários na Uerj

postado em 13/07/2017 21:32

Estudantes e servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) protestaram nesta quinta-feira (13) contra a falta de pagamento de salários pelo governo do estado. A instituição terminou neste mês o segundo semestre letivo do ano, devido às graves dificuldades financeiras e há possibilidade de nova greve no começo do mês de agosto.

Mesmo sendo a décima primeira colocada em qualidade entre as 195 universidades brasileiras e a vigésima na América Latina, a Uerj enfrenta a maior crise de sua história. Neste ano, após meses de recesso, a universidade retomou as atividades somente no dia 10 de abril, devido a um esforço conjunto da Reitoria, servidores técnico-administrativos, professores e alunos.

Com bolsas e salários atrasados há quase três meses, sem contar com o décimo terceiro salário do ano passado, a Uerj enfrenta também falta de verbas para manutenção do Campus Maracanã e de mais 14 unidades externas, incluindo a Faculdade de Formação de Professores, localizada em São Gonçalo e responsável pela organização da manifestação de hoje.

De acordo com a vice-diretora do Departamento de Educação, Mariza De Paula Assis, a manifestação foi um ato de resistência. ;Iniciamos o protesto com roupas pretas para simbolizar o sucateamento que o estado está realizando e terminamos todos com roupas coloridas e soltamos balões para mostrar que resistimos e lutamos contra essa decisão;, afirmou Mariza.

Além dos funcionários, que enfrentam dificuldades para se manter com os salários atrasados, os alunos da universidade sentem na pele os problemas da instituição. Segundo o estudante de ciências sociais André Romero, de 20 anos, que entrou na Uerj no início do ano passado, o último período foi o pior de todos. ;Primeiro, pela correria ; os professores tiveram que cortar muita matéria, houve muitas paralisações, as bibliotecas estavam todas fechadas, o bandejão não funcionou em nenhum momento. E diminuiu muito a frequência de estudantes porque muitos não tinham condições de ir assistir às aulas.;

Mayara Gomes, de 23 anos, que está no penúltimo período de história da arte, emocionou-se ao falar sobre a situação da Uerj. ;Nós, universitários, somos muito jovens, ainda estamos acertando a cabeça. Então, somos muito vulneráveis a tudo, e o que está acontecendo com a universidade nos afeta. Muitos de nós, que víamos lugares como a Uerj como a única opção para realmente arrumar a vida e tentar ter alguma coisa digna, estão desistindo de seus sonhos. Eu estou no final, vou me formar, mas ainda precisamos da Uerj, ela é lugar de ensino, pesquisa, trabalho, de vida, de tudo.;

De acordo com Mariza, ainda não foi definida a data de início do próximo semestre, referente ao primeiro período letivo deste ano. Também não há previsão para uma próxima manifestação.

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