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Universidade de Brasília (UnB) enfrenta infestação de pulgas

O problema é atribuído à presença de gatos e pombos. Instituição alega que encaminhamentos para solução do problema foram feitos

Thays Martins
postado em 28/03/2018 16:36
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O prefeito do câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), Valdeci da Silva Reis, garantiu na tarte desta quarta-feira (28) que as salas de aulas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo estão livres da peste de pulgas provocada pela população de gatos e pombos que habitam os jardins do ICC Norte. Segundo o prefeito, foi realizada inspeção da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal no local para verificar a presença do inseto, conforme denúncia de servidores e estudantes.

;Tenho uma notícia muito boa, as dedetizações que foram feitas surtiram efeito. Os técnicos da vigilância ambiental não encontraram pulgas no local;, disse o prefeito Valdeci da Silva Reis. Ele informou que a Prefeitura continuará com o controle de pragas na universidade. ;O problema dos gatos e pombos é mais decorrente de uma cultura da comunidade acadêmica que os alimentam. Iremos trabalhar com os técnicos da Vigilância Ambiental para combater o aparecimento de novos animais no câmpus;.
Quem passa pelo Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília (ICC/UnB) por esses dias pode se surpreender com as placas de pedidos para não alimentar gatos e pombos que vivem no local, devido a uma infestação de pulgas. Os avisos estão afixados nos corredores em frente à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), onde os animais estão mais presentes nos jardins. O problema é maior no subsolo.

Servidores da instituição dizem que apesar de serem ;fofos;, esses bichos não recebem nenhum tipo de cuidado, por isso, estão sujeitos a proliferar pulgas e outras doenças. Um problema que perdura há quatro meses.

A direção da FAU fez uma dedetização por conta própria e pediu outra, que a Prefeitura da UnB realizou na semana passada. Mesmo assim, o problema não foi resolvido e, para chamar a atenção de estudantes e servidores, faixas desincentivam o hábito de alimentar esses bichos. ;O ideal seria que esses animais fossem retirados daqui;, alega uma servidora que não quis se identificar. O pedido para a retirada dos bichanos foi encaminhado ao Centro de Controle de Zoonoses e à Prefeitura do Câmpus.
O problema é atribuído à presença de gatos e pombos. Instituição alega que encaminhamentos para solução do problema foram feitos


Além das pulgas, os servidores reclamam de outro problema: a proliferação de pernilongos. Esse problema é atribuído ao acúmulo de água em canos entupidos, o que facilita o surgimento de larvas do mosquito da dengue.

Estudantes divergem sobre a retiradas dos gatos do câmpus. Enquanto alguns acham que os bichanos não são os responsáveis pelo problema, outros pensam que a providência de retirar os animais do local é acertada. Matriculada no 3; semestre de arquitetura, Evelin Dias, 18 anos, não concorda que os gatos sejam responsáveis pela proliferação de pulgas. ;Não tive nenhum problema, mas conheço colegas que se queixam que voltam para casa com pulgas no cabelo. Acho que essa notícia tem mais a ver com a questão da demissão dos funcionários que prejudica a limpeza no ICC;, diz, referindo-se às ações tomadas pela UnB para conter o déficit de 92,3 milhões no orçamento deste ano.
O problema é atribuído à presença de gatos e pombos. Instituição alega que encaminhamentos para solução do problema foram feitos

Para o estudante de geologia Yuri Rafael Pereira, 21 anos, o problema pode ser causado pela presença dos animais no ICC, mas ele considera que retirar os gatos talvez não seja a melhor solução. ;Eles têm até uma serventia porque fazem um controle de ratos;, opina.
O problema é atribuído à presença de gatos e pombos. Instituição alega que encaminhamentos para solução do problema foram feitos
Já para a pós-graduanda em arquitetura Nathália Mendes, 31 anos, a Prefeitura terá que arrumar alternativas para o controle dos animais. ;Teve gato que morreu aqui, preso nas vigas. Não é o lugar deles aqui, então é melhor não incentivar que eles fiquem nas redondezas;, diz.
Problema antigo

Em matéria publicada no Campus Online, em novembro do ano passado, escrita pela estudante de jornalismo, Tayanne Silva,hoje estagiária do Eu,estudante, o problema já era evidenciado.Alunos denunciavam que os gatos eram abandonados na UnB, ou por pessoas que não querem mais os animais ou por quem deseja ajudar os bichos de rua. "Na cabeça dessas pessoas, um gato viver na UnB, sendo alimentado com comida e água é o suficiente, mas sabemos que não. Aqui eles não têm amparo, uma família, caixa de areia e fazem suas necessidades no meio do corredor. Não é um ambiente para um gato viver. Precisam ter uma integridade. Já achamos gatos mutilados e com os olhos para fora, são situações que ninguém vê;, disse, na época, Thaís Seixas, 24 anos, estudante de medicina veterinária.

A estudante de medicina veterinária Giovanna Martins, 18 anos, relatou que no começo de 2016 encontrou um filhote de gato no ICC Norte. ;Ele tinha aparentemente três meses de vida, cheirava a shampoo neutro. Estava bem limpinho, bem cuidado e miando muito como se estivesse procurando alguém. Alguém largou-o aqui. Giovanna contou o que mais agrava é o fato de que os donos de gatos domésticos abandonam os filhotes ou as pessoas que estão dispostas a ajudar gatos de rua de outras localidades deixam na universidade, por consequência, isso origina mais animais vivendo na rua.

Goiara Castilho, professora de psicologia e membro de um grupo informal de protetores independentes de felinos da universidade . Concorda que não esterilizar (castração) é um fator essencial para o aumento da gataria, além do abandono. ; Isso pode causar crescimento exponencial e desordenado ;.

;Uma maneira de ajudar é fiscalizar para que não agrave o número da população, porque acaba criando um círculo vicioso: muita gente não castra os animais, mantém os pais em casa e abandonam os filhotes no ICC ; Minhocão e em outros locais do campus. Largam o animal e percebem que as pessoas cuidam, assim, na próxima irão deixar lá novamente ou tirar outros animais da rua e trazê-los para cá;. Outra maneira de amparar segundo a médica veterinária e especialista em gatos do Hospital Veterinário da UnB (HVet), Christine S. Martins , ;incentivar os projetos de castração, doando medicação, conseguindo um lar temporário;.
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*Estagiária sob supervisão de Ana Sá

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