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Nova entidade de docentes discorda do movimento grevista

postado em 24/05/2012 08:00
Assim como o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que afirmou ontem (22/5) em coletiva de imprensa que a greve dos professores de universidades federais não deve acontecer em pleno processo de negociação com o Governo, a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) não defende essa paralisação durante os debates entre a categoria e o poder.

O presidente do Proifes, Eduardo Rolim de Oliveira, afirma que "greves devem acontecer em dois momentos: quando o Governo não está aberto a negociação e quando o Governo é intransigente durante as negociações;. Em uma nota oficial, o Proifes, que surgiu em 2007, divulgou hoje seu posicionamento e suas propostas para os educadores. Confira no .

A greve já atinge 44 instituições federais e, na Universidade de Brasília (UnB), começou na última segunda-feira (21/5). Iniciou com pouca força, mas está ganhando apoio. Alunos e servidores decidiram hoje em assembleias por posições favoráveis à paralisação dos educadores. Mesmo com apoio dos servidores e alunos, ainda é cedo para saber a força do movimento. Segundo o professor do Departamento de Filosofia e integrante do comando local de greve Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb) Rodrigo Dantas, ainda não há informações de quantos professores e departamentos estão sem aulas. ;Se houver qualquer número divulgado sobre isso, é mentira. Ainda não temos como saber quantidade, mas a greve está ganhando força pouco a pouco;.

Os alunos

431 alunos da UnB se reuniram hoje no horário de almoço em assembleia do Diretório Central dos Estudantes (DCE). As pautas eram a greve dos professores e a assistência estudantil. O segundo tópico, porém, foi rechaçado pelos universitários que só quiseram debater a suspensão das aulas. ;A assistência estudantil é prioridade na nossa gestão, mas infelizmente só deliberamos sobre a greve;, comenta Octávio Torres, coordenador geral do DCE.

Os alunos aprovaram uma moção de apoio à greve nacional dos educadores de universidades federais. Também foi votada e aprovada uma greve discente. Só que, como o quórum mínimo (1.097 alunos) para essa decisão não estava presente, ela não terá validade. O apoio à greve dos professores difere da posição oficial do DCE. ;O Diretório valoriza os professores e acredita que a greve é um instrumento legítimo, mas não assim. Não deve ser banalizado e ocorrer a cada dois anos;, disse o coordenador geral. Octávio deixa a observação de que ;os alunos são livres para decidir se querem fazer greve ou não;.

O DCE agendou uma reunião hoje, às 18h, para os alunos que desejam fazer parte do comando da greve estudantil. Uma nova assembleia estudantil será marcada para a próxima semana. O DCE convoca o Conselho de Entidades de Base (CEB), formado pelo colegiado dos Centros Acadêmicos da UnB, para uma reunião na próxima terça-feira (29/5), às 12h, no anfieatro 12 do Minhocão, no campus Darcy Ribeiro. Na reunião, o DCE junto com os colegiados vai avaliar a possibilidade de homologar ou não o que foi decidido hoje na assembleia estudantil.

Os servidores

Os servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) se reuniram em assembleia esta manhã na Praça Chico Mendes. Os 307 presentes aprovaram moção de apoio à greve dos professores e um indicativo de greve dos servidores para o dia 11 de junho. Os servidores querem um piso de carreira equivalente a três salários mínimos [R$ 1866].

[SAIBAMAIS];Os servidores de universidades federais ganham o pior piso salaria [R$ 1043] e o pior vale-refeição do Poder Executivo e estamos ficando sem reajuste nenhum;, afirma Antônio Guedes, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub). Para Antônio, tanto professores, quanto servidores precisam ser mais valorizados, mas ele ressalta que o indicativo de greve não tem relação com a paralisação dos educadores. ;Nossas reivindicações já existiam antes da greve dos professores. Não vamos entrar em greve por causa deles;.

Servidores técnico-administrativos de todo Brasil vão se reunir em plenárias da Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra) nos dias 3 e 4 de junho. No dia 5 de junho, os servidores vão fazer uma marcha na Esplanada dos Ministérios para pedir melhores salários.

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