Trabalho e Formacao

Dificuldade de acesso à nota do Enem teria sido causada por hackers

MEC divulga notas do exame e estudantes relatam problemas na visualização do site. Invasão de hackers teria deixado a página fora do ar por uma hora

postado em 29/12/2012 11:35
Lukas Martins, 19, vai aproveitar a nota para tentar uma vaga de medicina em universidades paulistasParticipantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 reclamaram de lentidão no site do Ministério da Educação para a consulta das notas individuais, que foram (28/12). No início da tarde, a página da web chegou a ficar uma hora fora do ar depois de equipe de técnicos suspeitarem que hackers tentavam invadir o sistema.

Mais de 4 milhões de pessoas fizeram o exame neste ano. Segundo o MEC, até as 20h de ontem, cerca de 2,2 milhões de participantes já haviam consultado seu desempenho na avaliação, dividida por área de conhecimento e por nota da redação. Pelas redes sociais, candidatos relataram dificuldades em checar as pontuações. Entre as 13h e as 13h30, a página foi tirada do ar. Segundo nota da pasta responsável, a razão foi a ;sobrecarga de acessos para a consulta;.

Fonte ligada ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no entanto, diz que técnicos da pasta cortaram o acesso à página para barrar uma tentativa de invasão de hackers. O ataque teria vindo de um grupo instalado em outro país e que teria o objetivo de divulgar os dados dos candidatos na internet. Os técnicos conseguiram contornar o problema e o site voltou ao ar. Para fazer a consulta, o participante precisa usar o CPF ou o número de inscrição no Enem, além de uma senha pessoal. Esse não foi o primeiro problema registrado. Na quinta-feira (27/12), .

[SAIBAMAIS]Caso não tenha tirado zero na prova de redação, o candidato pode usar a pontuação obtida para se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece, no primeiro semestre de 2013, Com o sonho de se formar médico, Lukas apostará em universidades de todo o país. ;Vou montar uma estratégia para o Sisu, já que podemos trocar a universidade até o último dia de inscrições. Começarei pelas paulistas, que são as mais difíceis. Depois, vou mudando até achar a que tenho mais chances;, diz. O candidato pode optar por dois cursos no Sisu, marcando a preferência por um deles. As inscrições serão entre 7 e 11 de janeiro.

Reclamação de Lukas, a correção da redação também virou assunto no Facebook. Candidatos montaram um grupo para questionar a metodologia do MEC. Alguns prometem entrar na Justiça para pedir uma revisão. Até o início da noite, 300 estudantes já faziam parte do grupo. Muitos relatam que professores de cursinhos preparatórios corrigiram rascunhos de redação e deram notas maiores do que as obtidas no exame.

Sem revelar o nome dos candidatos, o Inep divulgou as maiores e as menores notas por área de conhecimento. Em ciências humanas e suas tecnologias, o máximo foi 874,9 e o mínimo, 295,6; em ciências de natureza e suas tecnologias, a variação foi de 864,9 a 303,1; em linguagens e códigos e suas tecnologias, a maior nota chegou a 817,9, e a menor 295,2; em matemática e suas tecnologias, o máximo foi de 955,2 e o mínimo, 277,2. O Enem usa como metodologia de correção a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que leva em conta a coerência das respostas dos participantes diante do conjunto de questões.

Lei de cotas
É a primeira vez que a lei de cotas sociais será usada no Sisu. A implementação da norma será progressiva e as instituições públicas federais são obrigadas a oferecer, em 2013, no mínimo, 12,5% de suas vagas a estudantes que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas. Do percentual, metade das oportunidades é para alunos cuja renda familiar é de até 1,5 salário mínimo.

Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília Remi Castioni, o maior benefício trazido pela nova lei será uma mudança nas instituições. ;Temos de mudar a relação entre a universidade e a educação básica. A lei de cotas pode forçar essa mudança. Hoje, a contribuição da universidade para a formação de professores (cursos de licenciatura) é pífia. Com a mudança no nível dos alunos, a instituição pode despertar para a necessidade de se mobilizar por um ensino básico melhor;, defende. Para ele, as universidades têm de fazer mais parcerias com secretarias de Educação.

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