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Estudantes continuam a ocupar gabinete do reitor da UnB, em protesto

Eles reivindicam o pagamento das bolsas moradia e permanência

Especial para o Correio, Jéssica Gotlib
postado em 04/12/2015 07:30
Houve empurra-empurra e bate-boca com seguranças da UnB

O grupo de estudantes que invadiu, na noite dessa quinta-feira (3/12), o gabinete do reitor da Universidade de Brasília (UnB) continua acampado no local. Até por volta das 7h, nenhum conflito havia sido regitrado e o local é monitorado por policiais. O protesto dos 53 estudantes é contra o possível atraso no pagamento das bolsas moradia e permanência, fornecidas pela instituição aos alunos de baixa renda. O Decreto n; 8.580/2015 impede a UnB de realizar qualquer pagamento que não seja para os servidores públicos federais ativos e inativos, após 27 de novembro. Além dos universitários, a norma atinge o repasse a estagiários, pessoas jurídicas e empresas.

A ocupação teve início por volta das 17h30 de ontem, quando um grupo de estudantes quebrou a porta da Reitoria e se instalou no local ; Ivan Camargo não estava na sala. Também fizeram uma barreira com móveis. Para evitar que mais alunos chegassem ao departamento, alguns seguranças da universidade bloquearam a rampa entre o terceiro e o quarto andares do prédio. Houve confronto e bate-boca, e os funcionários acabaram por ceder o acesso. Policiais militares tentaram negociar a retirada, mas não houve diálogo.

[SAIBAMAIS]Os universitários alegam que o movimento não é uma invasão, mas uma ocupação, pois a Reitoria é deles. Taís Sany de Lima cursa turismo e depende dos benefícios. ;Eu recebo a bolsa-moradia e o auxílio socioeconômico e estou assustada, porque dependo deles para pagar o meu aluguel;, afirmou. Airton Rener, de ciências ambientais, afirma que atrasos no repasse também são comuns. ;No semestre passado, tive a minha bolsa cortada por problemas com a renovação. Toda vez que eu ia à Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS), uma das atendentes dava uma informação diferente. Acabou que os servidores entraram em greve, e eu fiquei sem dinheiro. Tive até de faltar algumas saídas de campo para fazer bicos. Esse problema não existiria se eles nos dessem informações claras;, reclama.

Outra estudante envolvida na ocupação disse que a intenção da mobilização não é depredar o patrimônio, mas ;lutar por direitos;. Até o fechamento desta edição, os manifestantes ainda ocupavam o gabinete. A ideia era passar a noite no local.

Meta fiscal
Para o decano de Planejamento e Orçamento, professor César Tibúrcio, a dificuldade é generalizada. ;É um problema que não depende da universidade nem do Ministério da Educação (MEC), mas do cenário político. O governo conseguiu a aprovação da lei que altera a meta fiscal, mas o decreto ainda não foi revogado. Não é um problema só nosso, é de todo o serviço público;, explicou. O Correio não conseguiu contato com o reitor Ivan Camargo.

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