Mundo

Proteína humana pode ser arma contra a AIDS

Cientistas mudaram o foco das pesquisas das proteínas do vírus para a proteína ITK, ativa nos linfócitos T

postado em 28/04/2008 20:45
WASHINGTON - Uma proteína humana poderá abrir um novo caminho para o combate ao retrovírus responsável pela Aids (HIV) neutralizando a resistência do patógeno aos antirretrovirais. A conclusão foi de trabalhos divulgados nesta segunda-feira (28/04) nos Estados Unidos. Os pesquisadores indicam que bloquearam uma infecção com HIV em laboratório desativando uma proteína humana chamada ITK, ativa nos linfócitos T, células imunológicas importantes do organismo. A maioria dos tratamentos contra a Aids têm como alvo as proteínas do próprio vírus responsável pela infecção. Mas à medida que o HIV realiza várias mutações, estas proteínas mudam rapidamente e geram resistência do vírus aos tratamentos, explicaram estes cientistas. Estes cientistas descobriram que atuando sobre a proteína ITK (interleukine-2-inducible T cell kinase) podiam bloquear a infecção das células imunológicas humanas pelo HIV. A proteína ITK ativa os linfócitos T no mecanismo normal de resposta imunológica do organismo humano, explicou a doutora Pamela Schwartzberg, do Instituto Nacional norte-americano de Pesquisa sobre o Genoma Humano (NHGRI), principal responsável pela pesquisa. Contrariamente às proteínas do vírus HIV, a proteína ITK registra poucas mutações, o que explica o recente interesse da comunidade científica pelo desenvolvimento de tratamentos para neutralizá-la. Tentar contra-atacar o vírus HIV, que muda muito rapidamente, prescrevendo combinações de medicamentos e mudando de tratamentos pode aumentar o risco de efeitos secundários tóxicos e nem sempre há sucesso, ressaltou. Ação da doença Quando o HIV entra no organismo, infecta as células linfocitárias T e toma o controle do mecanismo de defesa, o que permite ao vírus produzir cópias de si mesmo. A infecção acaba comprometendo o conjunto do sistema imunológico provocando a Aids, a síndrome da imunodeficiência adquirida. Estes trabalhos mostram que se a proteína ITK não estiver ativa, o vírus da Aids não pode usar eficazmente as células linfocitárias T para se reproduzir, o que as deixa mais lentas ou até bloqueia sua propagação.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação