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Washington vai retomar ajuda alimentar a Pyongyang

Os EUA interromperam as doações em 2006, agora retornam a ajuda com a entrega de 500 mil toneladas de alimentos

postado em 16/05/2008 15:40
WASHINGTON - Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (16/05) terem chegado a um acordo com a Coréia do Norte para reiniciar, em junho, sua ajuda alimentar ao regime de Pyongyang, com a entrega de 500 mil toneladas de alimentos em um ano. "As duas partes chegaram a um acordo sobre os termos de um mecanismo aperfeiçoado de acompanhamento para confirmar que a ajuda está sendo bem recebida pelas pessoas que a necessitam", afirmou o ministério americano das Relações Exteriores em comunicado. Os Estados Unidos, que interromperam em 2006 sua ajuda ao país comunista, vão fornecer 500 mil toneladas de produtos alimentares em um ano à Coréia do Norte, por meio do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas e de ONG americanas, acrescentou o departamento de Estado. No mês passado, o PAM expressou preocupação com a agravação da penúria de alimentos na Coréia do Norte, alertando para o risco de uma "tragédia" humanitária. De acordo com o PAM, 6,5 dos 23 milhões de norte-coreanos estão subnutridos, 37% das crianças norte-coreanas sofrem de desnutrição crônica e um terço das mães são anêmicas. A Coréia do Norte enfrenta uma crise alimentícia crônica. Entre 1995 e 1999, 800 mil a dois milhões de pessoas morreram de fome no país, segundo fontes independentes. Ajuda estrangeira A situação piorou este ano devido ao aumento dos preços dos cereais, das inundações que destruíram várias plantações no ano passado e da diminuição da ajuda estrangeira. Muitos países não querem ajudar financeiramente o regime de Pyongyang, por temer que a assistência não chegue à população civil. "As pessoas encarregadas de transportar e distribuir o arroz fornecido pelos estrangeiros são corruptos e vendem este arroz", denunciou em outubro passado a representante do Human Rights Watch em Seul, Kay Seok. O acordo anunciado por Washington prevê que o PAM e as ONGs terão "um amplo acesso às populações que passam por necessidade e a liberdade de supervisionar a distribuição dos produtos americanos".

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