postado em 25/10/2008 10:08
O presidente de Israel, Shimon Peres, muito provavelmente antecipará as eleições parlamentares depois que o partido Shas, ultra-ortodoxo, se recusou a integrar uma coalizão governista liderada pela atual ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni. Ela dependia do apoio do Shas para formar uma aliança que a permitisse governar e havia estabelecido este domingo como prazo para fechar sua base no Parlamento.
Em comunicado, o Shas anunciou que não conseguiu chegar a um acordo com o Kadima, partido de Livni, em duas questões ; o status de Jerusalém (áreas sob controle israelense e palestino) e um programa de bem-estar social para os pobres. Se as eleições forem confirmadas, o partido da oposição Likud, liderado por Benjamin Netanyahu, é favorito. Uma análise feita pelo jornal Haaretz, um dos mais conceituados do país, aponta que o Shas deve se aproximar de Netanyahu. O Likud é um partido mais conservador que o Kadima, um sinal de que as negociações com os palestinos podem se complicar em 2009.
Apesar de não ter convencido o quarto maior partido do país, Livni conseguiu fechar acordo com o partido de esquerda Meretz, para se juntar a seu governo, e ainda negocia com o ultra-ortodoxo Yahadut Hatorah. Juntos, eles compensariam a perda do Shas e manteriam o sonho de compor maioria no Parlamento de 120 cadeiras. Livni venceu recentemente as primárias do Kadima e foi indicada para substituir Ehud Olmert, mergulhado em denúncias de corrupção, como premiê.