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Obama pode fazer governo bipartidário

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postado em 09/11/2008 22:21
WASHINGTON, 9 novembro 2008 (AFP) - O futuro governo de Barack Obama nos Estados Unidos poderá ser bipartidário, informaram neste domingo (09/11) assessores da equipe democrata que participam nos trabalhos de transição de poder. Diante de desafios como a crise econômica e as guerras no Iraque e Afeganistão, tanto os democratas recém-eleitos como os republicanos atualmente no poder expõem um tom de civilidade ante a próxima entrega oficial do poder, em 20 de janeiro. A Casa Branca já anunciou que fará de tudo para cooperar com a transição. Nesse contexto, a co-presidente da equipe de transição de Barack Obama, Valerie Jarret, indicou neste domingo que não está descartada a possibilidade de o futuro governo incluir republicanos. "Estou certa de que a administração incluirá pessoas com diferentes horizontes", disse Jarret, entrevistada pela rede NBC. "Ao longo de toda a campanha o presidente eleito, Barack Obama, fez referência à importância de não ser partidarista", lembrou. "Realmente acredito que ele tomará decisões melhores se estiver rodeado de pessoas com perspectivas diferentes. Portanto, é muito importante para ele ter essa diversidade ao redor da mesa", disse Jarret, uma pessoa próxima ao casal Obama e que fez sua carreira administrativa na cidade de Chicago (Illinois, norte), além de co-dirigir as finanças da campanha eleitoral. Com os militares americanos no Iraque e Afeganistão, uma questão chave é se Obama manterá o secretário de Defesa Robert Gates em seu cargo. "Acho que agora tudo é uma possibilidade", respondeu Jarret, ao ser indagada sobre a questão. Obama já nomeou o congressista Rahm Emanuel como seu chefe de gabinete, uma escolha que foi imediatamente qualificada de "irônica" pelo líder da minoria republicana na Câmara de Representantes, John Boehner. "Esta é uma escolha irônica para um presidente eleito que prometeu mudar Washington, tornar as políticas mais civis e governar do centro", afirmou o republicano. No entanto, Jarret defendeu a escolha de Obama. "Ninguém pode começar a trabalhar mais rápido do que Rahm Emanuel. Ele abraça a filosofia do presidente eleito Obama. Vai fazer um trabalho excepcional", enfatizou. Depois de sua eleição em 4 de novembro, Obama começou a receber diariamente os mesmos relatórios que o presidente George W. Bush e realizar conversas informais com vários líderes mundiais. Mesmo assim, Obama insiste que não quer interferir com o atual governo, repetindo que os Estado Unidos só têm "um presidente de cada vez". Na Casa Branca, o chefe de gabinete de Bush, Joshua Bolten, assegurou neste domingo que o governo trabalha estreitamente com a equipe de Obama para que a transição aconteça sem tropeços. "Em geral toda nova administração começa do zero. É uma transição abrupta", acrescentou. "Mas há muitas coisas que podemos fazer para que a transição seja mais fluida, para que seja mais como uma corrida de revezamento", disse. "Podemos ser de grande ajuda, é nossa responsabilidade, em particular num momento em que nosso país está sob ameaça", acrescentou. "Se uma crise explodir em 21 de janeiro", o dia seguinte à posse de Obama, disse, "haverá quem poderá enfrentá-la. Nós devemos atuar de modo que eles estejam o melhor preparados possível", concluiu Bolten.

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