postado em 17/11/2008 16:44
Os militantes do grupo fundamentalista Taleban rejeitaram nesta segunda-feira uma proposta para conversações de paz com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, ao dizerem que não haverá nenhuma negociação até que as tropas ocidentais deixem o país. Karzai ofereceu ontem a garantia de segurança ao escondido líder do Taleban, o mulá Omar, se ele se engajar em negociações de paz. Mas Zabiullah Mujahid, um porta-voz do Taleban, disse que o grupo condicionou o diálogo à saída das tropas ocidentais do país.
"A liderança do Taleban decidiu que não fará parte de qualquer conversa de paz com Karzai ou com a administração de Karzai, até o dia em que as tropas estrangeiras deixem o Afeganistão", disse Mujahid. "O Taleban prosseguirá na jihad (guerra santa) contra as forças estrangeiras e o governo", disse ele, de um local não revelado. Karzai descartou o pedido para que as tropas estrangeiras deixem o país, ao dizer que elas são necessárias para garantir a segurança do Afeganistão.
O presidente afegão apóia há bastante tempo a inclusão do Taleban no diálogo político do país, mas se o grupo aceitar a Constituição afegã e repudiar a aliança com o grupo terrorista Al-Qaeda. Líderes políticos e militares norte-americanos também consideram a abertura de negociações com alguns elementos do Taleban à medida que a insurgência ganha espaço em vastas regiões afegãs, especialmente no sul e no leste. O Afeganistão vive neste ano o maior surto de violência desde que a invasão norte-americana, de novembro de 2001, derrubou o governo liderado pelo Taleban.
Mujahid disse que as tentativas de abrir negociações são uma manobra política de Karzai antes das eleições presidenciais do país, marcadas para acontecer em 2009. "Por que ele não pediu por essas negociações sete anos atrás?", questionou Mujahid. "Agora, não tem mais sentido pedir por negociações de paz. É apenas parte da campanha eleitoral.
Violência
Pelo menos sete pessoas foram mortas hoje no sul do Afeganistão. No distrito de Panjwayi, província de Kandahar, a explosão de uma bomba à beira de uma estrada deixou quatro pessoas mortas, todas civis, disse o porta-voz do governador da província, Malmai Ayubi. Segundo ele, os atacantes tinham na mira um veículo militar que passava na estrada do vilarejo, mas que foi pouco danificado. Além dos quatro mortos, outras oito pessoas ficaram feridas.
Já em outro atentado, no distrito de Dand, um homem-bomba suicida se explodiu na entrada de um escritório do governo, matando dois policias e um civil que estavam no local.