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Cientista usa a luz para combater surdez

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postado em 25/11/2008 07:00
Cientista Claus-Peter RichterCientista da Northwestern University (com sede em Evanston, Illinois), o norte-americano Claus-Peter Richter estuda a radiação óptica como arma contra a surdez. Em entrevista ao Correio, ele falou sobre os futuros implantes à base de luz infravermelha. Como é possível combater a surdez apenas com luz infravermelha? O trabalho psicofísico tem demonstrado que mais canais costumavam transmitir simultaneamente informação acústica para o cérebro melhora a performance de um ouvinte em ambientes barulhentos. Também vai melhorar a performance de usuários de implantes cocleares nesses ambientes e permitir a percepção de música. Com um implante baseado na radiação óptica mais locais de estímulo são disponíveis para transmitir a informação ao longo da interface neural para o nervo e o cérebro. A radiação óptica se espalha aos poucos pelo tecido e permite o estímulo de uma discreta população de neurônios. Já na estimulação elétrica a corrente se espalha profundamente pela cóclea e estimula populações cada vez maiores de gânglios espirais da cóclea. A informação em contatos de eletrodos vizinhos não pode ser transferida ao mesmo tempo sem interferência. Os primeiros resultados disponíveis sugerem que o calor é o mecanismo pelo qual os neurônios são estimulados. Nós conduzimos nossos próprios experimentos com preás que não tinham canais de receptores potenciais. Os experimentos sugerem que o canal está envolvido no mecanismo pelo qual os pulsos de laser infravermelho estimulam os neurônios. Nós seguiremos com nossos próprios esforços e investigaremos canais de íon como candidatos que podem ser ativados pelo calor, por meio do laser. O infravermelho é melhor que os atuais implantes cocleares? Os implantes cocleares contemporâneos usam apenas entre sete e 10 contatos de eletrodos que podem ser considerados independentes. O reconhecimento de fala em ambientes barulhentos se beneficia de um número maior de canais perceptivos independentes disponíveis para o ouvinte. Esforços no desenvolvimento de futuros implantes cocleares estão sendo dirigidos a o aumento de população discretamente estmulada de gânglios espirais da cóclea. Os pulsos infravermelho permitiram aumentar o número de canais porque a disseminação da excitação no tecido é muito menor que a obtida com estímulo elétrico. Como funcionou a pesquisa com os preás e a que conclusões o senhor chegou? Nossa equipe da Northwestern University tem demonstrado em cobaias animais que luz de laser de baixa energia pode ser usada para aumentar a seletividade espacial no estímulo das células dos gânglios espirais da cóclea. Nos preás e no porquinho-da-Índia, a luz estimula pequenas populações de células dos gânglios espirais da cóclea. No porquinho-da-Índia, a disseminação de exitação nerual é tão seletiva quanto a observada durante a apresentação de estímulos acústicos. O alcance com ativação neural aumenta de 20 a 30 decibéis para a estimulação óptica e apenas de 6 a 12 decibéis para o estímulo elétrico. A energia exigida para o estímulo óptico corresponde à energia solicitada para estimular a cóclea com a corrente elétrica.

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