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Israel toma medidas tardias contra violência dos colonos

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postado em 05/12/2008 11:02
JERUSALÉM - As autoridades israelenses se prepararam nesta sexta-feira (05/12) para enfrentar uma possível escalada de violência dos colonos contra os palestinos em represália por terem sido despejados de uma casa disputada em Hebron, na Cisjordânia. Por isso enviaram reforços à localidade situada no sul da Cisjordânia ocupada, onde as forças de segurança foram incapazes na véspera de impedir os atos de violência contra a população palestina. A polícia e o Exército também reforçaram o dispositivo no norte da Cisjordânia, enquanto o acesso a Esplanada das Mequitas em Jerusalém foi limitado pelo temor de manifestações palestinas em reação à violência dos colonos. Os serviços de emergência israelenses se encontram em estado de alerta para o caso de ocorrência de algum atentado. Esta evacuação foi realizada rapidamente, sem derramamento de sangue, mas, pouco depois, grupos de jovens colonos enfurecidos atacaram palestinos e suas propriedades, destruindo plantações e incendiando casas. Três palestinos foram feridos por tiros. A desocupação da residência, reivindicada pelos palestinos, obedece a uma ordem do Supremo Tribunal que provocou a mobilização de centenas de ultranacionalistas israelenses. A propriedade do prédio, de quatro andares, é alvo de uma disputa entre um empresário judeu americano, Morris Abraham, que dispõe de uma opção de compra, e um palestino, que nega a venda. Os colonos intensificaram os atos de violência contra os palestinos e enfrentaram a polícia de Israel. Pelo menos 20 palestinos e 18 israelenses foram feridos por pedradas desde segunda-feira. Na quarta, o Exército isralense, acusado de passividade frente aos atos de violência de colonos e ultranacionalistas que se opõem à ordem judicial, decretou que esse setor era "zona militar fechada". O chefe do governo de transição israelense, Ehud Olmert, e o presidente Shimon Peres condenaram a violência dos colonos israelenses e defenderam a decisão judicial. Na madrugada de terça-feira, grupos de jovens colonos, apoiados por simpatizantes ultranacionalistas procedentes de Israel, jogaram pedras durante horas contra casas palestinas e contra veículos da polícia e dos guardas de fronteiras. Também queimaram automóveis, furaram pneus e quebraram vidros das janelas das casas próximas. Supostos colonos extremistas também quebraram lápides de um cemitério muçulmano da cidade. O Exército tenta assim acalmar os temores da população palestina frente à multiplicação de provocações de extremistas israelenses e o laxismo das autoridades. Estes excessos também degradaram a imagem dos colonos mais radicais ante a opinião pública israelense. Quase toda a imprensa israelense, exceto os jornais religiosos, denunciou os excessos dos ultranacionaistas judeus. O jornal Maariv chegou a classificar os colonos radicais de "terroristas judeus". "Trata-se de uma juventude revoltada que sabe que a maioria dos israelenses aceita que será necessário abandonar os territórios na Judéia Samaria (Cisjordania) e decidiu impedir isso a todo custo", afirma a publicação. A Autoridade Palestina, por sua parte, exigiu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para garantir a proteção da população palestina.

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