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Chave da obesidade se situa no cérebro

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postado em 16/12/2008 07:38
Você é o que você come. Um estudo conduzido pelo Giant ; um consórcio formado por sete centros de pesquisa dos Estados Unidos, Finlândia, Alemanha e Reino Unido ; e outra pesquisa realizada pela deCODE, uma empresa genética da Islândia, reforçam essa máxima. Os cientistas descobriram mutações nos genes TMEM18, KCTD15, GNDPA2, SH2B1, MTCH2, FTO e NEGR1. Apesar de cada um desses ;defeitos; terem impacto discreto na obesidade, uma pessoa que carrega todas as sete variantes genéticas costuma ser, em média, de 1,5kg a 2kg mais pesada que o restante da população. ;De oito variantes genéticas comuns ligadas à obesidade, seis não eram conhecidas, e todas são liberadas no cérebro;, explica ao Correio Joel Hirschhorn, geneticista do Hospital Infantil de Boston, da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A descoberta sugere que as variantes genéticas influenciam no controle do apetite. As mutações determinaram um acréscimo no índice de massa corporal (BMI), medida obtida pela divisão do peso pelo quadrado da altura. Quanto maior o BMI, maior o grau de obesidade e mais riscos a pessoa tem de desenvolver problemas de saúde. Os cientistas acreditam que 70% da variação do BMI estão ligados mais a fatores genéticos que ambientais. O consórcio internacional analisou detalhadamente o DNA de 32 mil europeus. ;Dos 2 milhões de variantes genéticas que observamos, oito estavam associadas ao BMI, sendo que duas delas já eram conhecidas;, afirmou Hirschhorn, por e-mail. O estudo também confirmou a importância do gene FTO na obesidade. ;Temos evidências epidemiológicas de que a obesidade possui um traço hereditário, mas existem interações genético-ambientais;, afirmou ao Correio Amélio Godoy Matos, presidente do Comitê Internacional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Segundo o especialista, os cientistas do projeto Giant e da deCODE utilizam a técnica genome wide (genoma por alargamento), que consiste na análise de regiões próximas a determinados genes. ;É sempre interessante esse tipo de descoberta porque a indústria farmacêutica pode trabalhar em novas drogas contra a obesidade, especialmente se o gene detectado produzir algum tipo de proteína;, acrescentou Matos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 400 milhões o número de obesos em todo o mundo. Ouça entrevista com o endocrinologista Amélio Godoy Matos

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