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Oscar promete mudanças 'ousadas' para atrair telespectadores





postado em 22/02/2009 15:22
Um clima de mistério acompanha os preparativos da cerimônia do Oscar deste ano, com os organizadores anunciando um espetáculo mais ousado e, quem sabe mais curto, que permita recuperar a audiência perdida nas últimas edições. Um ano depois da 80ª edição do Oscar ter registrado a menor audiência da história, Hollywood vive dias de especulações sobre como neste domingo (22/02) os organizadores tentarão recuperar o interesse dos telespectadores. O presidente da Academia das Ciências e Artes Cinematográficas, Sid Ganis, afirmou no início do mês que o público ficaria surpreso com a festa deste ano. "Será um show que assumirá alguns grandes riscos", disse Ganis. Talvez a principal mudança seja a do ator australiano Hugh Jackman como mestre de cerimônias. Ele foi muito elogiado em três apresentações consecutivas do prêmio Tony, o principal do teatro americano. "Hugh Jackman é um apresentador consumado e uma estrela de cinema internacional de renome", afirmaram em um comunicado os produtores do espetáculo, Laurence Mark e Bill Condon, a dupla por trás do filme "Dreamgirls". As identidades dos apresentadores dos prêmios em cada categoria também estão sendo mantidas em sigilo, enquanto nos anos anteriores a Academia divulgava vários comunicados de imprensa com os nomes das estrelas que subiriam ao palco para anunciar a famos frase "E o Oscar vai para..." "É muito cedo para divulgar detalhes, mas é justo dizer que teremos músicas e danças. O fato de que eles me contrataram é um sinal de que estão tomando um caminho diferente", afirmou no mês passado o próprio Jackman. O australiano também insinuou a possibilidade da cerimônia durar menos de três horas. "Eu amo o Oscars, mas não há dúvida de que ele é muito longo. Eu não acredito que exista uma pessoa no planeta que não pense assim". O objetivo de encurtar as apresentações provocou algumas divergências, como a do cantor britânico Peter Gabriel, indicado na categoria de melhor canção por "Down to Earth" do filme de animação "Wall-E", que se negou a subir no palco para cantar por apenas 65 segundos, como exigiam os organizadores. "Penso que é um pouco lamentável, porque nós compositores, apesar de representarmos uma pequena parte do processo de elaboração de um filme, trabalhamos sempre muito duro e merecemos, penso, um lugar dentro da cerimônia", disse o artista de 59 anos. "Sou um cara velho e este pequeno protesto não será prejudicial, mas penso que não é fácil tampouco para os outros artistas", completou Peter Gabriel. Outro pedido da organização, como em todos os anos, foi o de que os indicados sejam "breves, pessoais e sinceros" nos agradecimentos, que têm prazo máximo de 45 segundos, segundo Ganis. O Oscar de melhor filme, o mais esperado, tem como indicados "O Curioso Caso de Benjamin Button", "Quem Quer Ser um Milionário?", "Milk - A Voz da Igualdade", "Frost/Nixon" e "O Leitor". Apesar da meta de atrair mais telespectadores, alguns analistas não levam muita fé. Lew Harris, do site hollywood.com, pensa que tanto segredo a respeito da cerimônia pode sais pela culatra. "Eles estão falando sobre surpresas, o problema é, se isto for verdade, que eles estão mantendo tudo em segredo. Isto não vai trazer mais audiência", afirmou à AFP. Robert Thompson, a especialista em cultura pop da Universidade de Syracuse, Nova York, concorda. "No fim das contas, a noite do Prêmio da Academia é realmente sobre ler um monte de listas de filmes que foram reconhecidos como superiores por pessoas dentro da indústria de filmes. E depois dizer quem ganhou".

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