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Libertados os operadores humanitários sequestrados em Darfur

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postado em 13/03/2009 18:25
Os três operadores humanitários da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) sequestrados em Darfur, uma região do oeste do Sudão desgarrada pela guerra, foram libertados, anunciou nesta sexta-feira a chancelaria italiana. Entre os libertados está o médico italiano Mauro D'Ascanio, que já trabalhou na América Latina, em particular no Brasil e na América Central. Os três - um gestor francês, um médico italiano e uma enfermeira canadense, haviam sido capturados de terça para quarta-feira em Saraf Umra, no setor de Kabkabiya, limite entre Darfur Norte e Darfur Sul. "Não foi pago resgate por eles", anunciaram fontes italianas da MSF. Os três sequestrados pertenciam à seção belga da Médicos sem Fronteiras. A seções francesa e holandesa da MSF foram expulsas de Darfur semana passada pelas autoridades sudanesas, depois que a Corte Penal Internacional (CPI) emitiu uma ordem de prisão contra o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, por crimes de guerra e contra a humanidade. "A MSF está retirando suas equipas de Darfur", afirmou o diretor-geral da seção belga da ONG, Christopher Stokes. "O único pessoal que permanecerá em Darfur será o que tentará obter a libertação dos colegas sequestrados", havia dito. "Um grupo de homens armados entrou na quarta-feira às 20H00 no escritório da MSF-Bélgica em Saraf Umra", declarou à AFP Kamal Saiki, porta-voz da força de manutenção de paz ONU-União Africana em Darfur (MINUAD), ao falar sobre o sequestro e a localidade que fica 200 km ao oeste de El-Facher, a capital de Darfur Norte. "Esta é a primeira vez, segundo meus conhecimentos, que empregados de organizações humanitárias internacionais são sequestrados em Darfur", completou. A guerra civil em Darfur provocou 300.000 mortes desde 2003, segundo a ONU, mas apenas 10.000 para Cartum, além de 2,7 milhões de deslocados.

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