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EUA: Tiros no Museu do Holocausto

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postado em 11/06/2009 10:08
;O Holocausto deve ser visto no contexto desse pano de fundo da história mundial, da Torá, do Talmud e do Movimento Sionista;, escreveu certa vez o supremacista branco James W. Von Brunn, autor de Matem os melhores gentios! O homem de 88 anos deixou as palavras de lado e partiu para a ação. Por volta das 12h30 de ontem (11h30 em Brasília), invadiu o Museu Memorial do Holocausto, em Washington, e disparou seu rifle contra Stephen Tyrone Johns, de 39 anos, que trabalhava como segurança no local. Na troca de tiros, James também foi atingido, depois de ferir levemente outra pessoa. Stephen morreu ao dar entrada no Hospital da Universidade George Washington. Até as 23h de ontem (hora de Brasília), o agressor lutava pela própria vida. Pouco depois do ataque, esquadrões antibomba e bombeiros isolaram o prédio. Agentes apreenderam o notebook do atirador e descobriram nele uma lista com diferentes locais da capital norte-americana. Em sua página na internet, o Museu Memorial do Holocausto publicou uma nota sobre o incidente. ;Não há palavras para expressar nosso pesar e nosso choque;, afirma o texto, que anunciava o fechamento do prédio hoje e o hasteamento das bandeiras a meio-mastro, em memória do funcionário. O presidente dos EUA, Barack Obama, se disse ;chocado e triste;. ;Este ato ignóbil nos lembra que devemos estar vigilantes diante do antissemitismo e do preconceito sob todas as formas;, declarou. Moradora de San Francisco, a turista Angela Andelson, de 22 anos, presenciou o crime. ;Eu estava na entrada (do museu) quando o atirador entrou;, disse. ;Ouvi um tiro (%u2026) Então, eu me virei para olhar, e vi todos esses seguranças se abaixando. Olhei de novo e vi o atirador entrando, com uma arma longa.; Professor de história judaica e diretor do Centro para Estudos Judaicos da Universidade da Califórnia (Ucla), David Myers afirmou ao Correio, por e-mail, que James Von Brunn não escolheu a esmo o Museu Memorial do Holocausto. ;Muitos supremacistas mantêm a visão de que o Holocausto é uma fraude impingida ao mundo para fazer avançar os interesses dos judeus. Apesar de o Museu Memorial do Holocausto não se definir como judaico, ele se esforça para divulgar a grande tragédia que vitimou os judeus durante a campanha genocida nazista;, explicou. Segundo Myers, os supremacistas brancos da atualidade foram integrados a grupos mais ou menos radicais. ;Os antigos eram comprometidos com a violência como parte de seu ativismo;, lembra. O especialista da Ucla acredita que uma série de eventos relacionados deu força aos supremacistas. ;Como exemplos, temos a eleição de um afro-americano como presidente dos Estados Unidos e a grande instabilidade econômica do país e do mundo.;

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