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Taleban assume autoria de atentados no Paquistão

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postado em 13/06/2009 10:15
O grupo fundamentalista Taleban assumiu a responsabilidade pelos recentes ataques suicidas ocorridos no Paquistão, incluindo o que ontem levou à morte um líder clérigo moderado e também um ataque contra um hotel em Peshawar frequentado por estrangeiros. O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, falou à Nação neste sábado (13/6) e defendeu continuidade à operação de combate ao Taleban "até o final", afirmando que esta campanha é uma luta pela sobrevivência do Paquistão. Militantes do Taleban vêm respondendo com ataques suicidas à operação deflagrada há um mês pelo exército do Paquistão para reduzir a influência dos talebans na região do Vale do Swat, no norte do país. Ontem, o clérigo contrário ao regime do Taleban, Sarfraz Naeemi, morreu em um atentado suicida contra seu seminário em Lahore, provocando os ânimos de seus seguidores. Centenas de pessoas são esperadas neste sábado em seu funeral na capital cultura do Paquistão. A polícia disse que o atentado tinha Naeemi como alvo. O clérigo havia recentemente condenado os ataques suicidas no país, como atos anti-islâmicos, e acusou os taleban de assassinos. Além disso, Naeemi apoiou a ofensiva militar contra os talebans no Swat. Outras quatro pessoas morreram e três ficaram feridas no atentado que levou Naeemi à morte. Minutos após a explosão no seminário, uma mesquita utilizada por tropas do exército em Nowshera foi atingida, causando a morte de pelo menos quatro pessoas e deixando outras 100 feridas. Os ataques de ontem elevaram para cinco o número de atentados suicidas ocorridos nos últimos oito dias, incluindo o ataque à bomba ao Pearl Continental Hotel, próximo a Peshawar, que matou 11 pessoas, entre as quais funcionários das Nações Unidas. O comandante do Taleban, Saeed Hafiz, disse que os atentados ao seminário, à mesquita e ao hotel foram organizados pelo grupo Tehrik-i-Taleban, liderado pelo chefe do Taleban no Paquistão, Baitullah Mehsuh. O filho de Naeemi, Raghib, entrou na justiça com uma acusação contra Mehsuh por assassinato, conspiração e terrorismo, afirmando ainda que seu pai vinha recebendo ameaças por sua posição. O presidente do Paquistão, em seu discurso à Nação, disse que "estava travando uma guerra contra aqueles que querem impor sua agenda nesta Nação com o uso da força e do poder". "Estas pessoas mataram centenas de inocentes. Ao espalhar o terror pelo Paquistão e amedrontar as pessoas, eles querem obter o controle das instituições do Paquistão. Eles fazem de tudo em nome do Islã, mas não têm nada em comum como o Islã. Eles são cruéis. Eles são terroristas", disse Zardari. Ontem, em Washington, autoridades da defesa dos Estados Unidos disseram que o Paquistão programa uma nova ofensiva no distrito tribal e sem lei do Waziristan do Sul, onde acredita-se estão líderes seniores do Taleban e do Al-Qaeda. O Paquistão ainda não anunciou a ofensiva, mas tem atirado bombas em lugares suspeitos da região nos últimos dias, afirmando responder a ataques de militantes. Há grande expectativa de que novas ofensivas sejam lançadas em breve e o governo enfrenta pressão para cumprir seu compromisso de limpar os extremistas do país. As autoridades norte-americanas disseram que as fases iniciais da ofensiva já haviam começado. Hoje, caças paquistaneses atiraram bombas em supostos esconderijos talebans em três vilarejos no Waziristan do Sul, matando pelo menos 15 rebeldes e ferindo outros, disseram duas autoridades de inteligência local que não puderam se identificar.

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