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Israel se nega a interromper construção de nova colônia como querem os EUA

postado em 19/07/2009 18:13
Jerusalém - Os Estados Unidos pediram a Israel que interrompa a construção de um novo bairro de colonização em Jerusalém Oriental, mas neste domingo o Estado hebreu se negou categoricamente a fazê-lo. Ao se referir ao projeto no bairro de Kheque Kharrá, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, do Partido Likud (direita), afirmou que o governo não imporá restrições aos moradores judeus em uma cidade que o Estado considera sua capital. "Não podemos aceitar a ideia de que os judeus não terão o direito de viver ou de construir em alguma parte de Jerusalém Oriental. Não podemos aceitar essas limitações", declarou Netanyahu no início da reunião semanal do gabinete. "Jerusalém unida é a capital do povo judeu e do Estado de Israel. Nossa soberania sobre ela é inquestionável", disse o chefe de governo, acrescentando que os habitantes palestinos podiam comprar casas em toda a cidade. O embaixador de Israel em Washington, Michael Oren, foi convocado pelo Departamento de Estado no final da semana passada e foi informado de que esse projeto, destinado a construir moradias no lugar onde ficava localizado o antigo Hotel Shepherd, devia ser interrompido, informou um alto funcionário israelense que solicitou o anonimato. Até o momento, os Estados Unidos não fizeram comentários sobre essa informação. Esse projeto é desenvolvido em um lugar chamado de Karm al-Murti pelos palestinos, que anteriormente pertenceu ao grão-mufti de Jerusalém, Amin al-Huseini, e que em 1985 foi comprado pelo milionário norte-americano Irving Moskowitz. Segundo a imprensa israelense, Moskowitz financiou em outras oportunidades projetos de colônias em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A comunidade internacional considera que os bairros judeus em Jerusalém Oriental, cuja população é majoritariamente árabe, são colônias israelenses, e esta questão é um dos principais obstáculos no estagnado processo de paz para o Oriente Médio. Israel conquistou Jerusalém Oriental da Jordânia na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e depois anexou esse setor da cidade em uma iniciativa que não foi reconhecida pela comunidade internacional. O Estado hebreu considera que toda a cidade de Jerusalém é a sua capital "eterna e sem divisões", e não considera que as construções em Jerusalém Oriental sejam colônias. Já os palestinos querem que o leste de Jerusalém seja a capital do Estado que planejam criar, e se opõem energicamente a qualquer construção de assentamentos em Jerusalém Oriental, onde vivem cerca de 200.000 israelenses judeus e 268.000 palestinos.

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