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Angela Merkel estava numa sauna quando o Muro de Berlim foi derrubado

Agência France-Presse
postado em 07/11/2009 16:46
A chanceler alemã Angela Merkel, que cresceu na ex-Alemanha Oriental, revelou, em uma entrevista esta semana, que, por estar em uma sauna com um amigo, não acompanhou os primeiros momentos da queda do Muro de Berlim, na noite de 9 de novembro de 1989. "Eu fui para a sauna, como toda quinta-feira na época, com um amigo e, quando saí, o posto fronteiriço de Bornholmer Strasse (o primeiro liberado na noite de 9 de novembro, entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental) estava aberto e aí eu fui para o outro lado", contou Angela Merkel ao canal público de TV 'ARD'. Naquela noite, em Berlim Ocidental, que recebia uma multidão de alemães orientais, "me vi em uma sala com estranhos que nos ofereciam cerveja", acrescentou. Antes disso, a chanceler, que na época tinha 35 anos e trabalhava como física na Academia de Ciências de Berlim Oriental, tinha brincado com sua mãe, Herlind Kasner, dizendo para ela ir comer ostras. "Era uma piada recorrente entre nós. Dizíamos que queríamos comer ostras no Kempinski (do lado capitalista da cidade) quando a fronteira caísse", prosseguiu a chanceler, afirmando que nenhuma das duas realmente acreditava que aquilo seria possível. Naquela noite, no entanto, ela alertou sua mãe: "Cuidado, mãe, que isso pode acontecer em breve". Angela Merkel, que em 2005 tornou-se a primeira líder alemã vinda da ex-República Democrática Alemã (RDA), nasceu em Hamburgo (norte). Contudo, quando tinha apenas alguns meses, se mudou para a RDA. Seu pai, o pastor Horst Kasner, aceitou um emprego na pequena cidade de Templin (norte de Berlim), para tentar evangelizar a RDA comunista. A chanceler, reeleita para mais quatro anos após as eleições gerais em 27 de setembro, começou sua carreira política logo após a queda do muro. Enquanto vivia atrás da Cortina de Ferro, teve a oportunidade de visitar a Alemanha Ocidental, especialmente a avó, em Hamburgo. Mas a chanceler sempre se recusou a deixar a Alemanha Oriental por causa dos laços familiares e dos amigos que permaneciam no local. "É difícil deixar o mundo onde se vive; é por isso que eu não podia sair", concluiu.

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