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Recuperação de terremoto no Chile será mais rápida do que no Haiti, diz especialista

postado em 01/03/2010 17:12
Brasília ; Mesmo que grande parte da produção de vinhos, produtos florestais e pescados tenha sido atingida pelo terremoto do último sábado, o Chile não deverá passar nem perto dos problemas enfrentados pelo Haiti, após catástrofe semelhante ocorrida em janeiro deste ano. A avaliação é do professor de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Eiiti Sato.

De acordo com o professor, apesar de o fenômeno natural ter sido parecido em intensidade nos dois países, no Haiti foi de 7 graus na escala Richter e no Chile foi de 8,8 graus, as situações econômicas e institucionais vão implicar em um ritmo de recuperação diferente. ;Um ponto geral que se pode ter em conta é que, comparativamente, a economia Chilena é organizada. E como economia organizada o processo de recuperação é muito mais rápido. No Haiti a organização da atividade econômica era muito precária, no Chile já há um nível de sofisticação;.

De acordo com Sato, os chilenos devem contar ainda com cerca de US$ 12 bilhões de dólares em seguros para reerguer a parte do setor produtivo destruída pelo tremor. Associado a isso, alega ele, existe um preparo da sociedade sobre como empregar esses recursos na reconstrução do país. O comportamento da população chilena deve se comparar ao da população europeia após a segunda-guerra mundial, na avaliação do professor. ;O Plano Marshal, de 1947, rapidamente recompôs a Europa. Porque o terrível terremoto da Europa foi a segunda guerra mundial. E os recursos do Plano Marshall chegaram a uma sociedade que sabia o que fazer com aquele dinheiro, onde recuperar e construir;.

Em entrevista à Agência Brasil hoje (1;), o embaixador do Chile, Álvaro Díaz Pérez, disse que a produção de cobre ; um dos principais produtos de exportação do país ; não foi atingida pelo sismo. Ainda não há cálculos exatos sobre os prejuízos em valores, mas o embaixador afirmou que o país conta com um Fundo Soberano de US$ 18 bilhões para esse tipo de emergência. Ele também adiantou que os principais portos chilenos não foram atingidos pela catástrofe.

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