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EUA preocupados com excesso de militarismo na América Latina

Agência France-Presse
postado em 09/04/2010 17:54
Os Estados Unidos estão preocupados com o surgimento de um excesso de militarismo na América Latina, disse nesta sexta-feira, em Lima, o responsável pela diplomacia americana na região, Arturo Valenzuela. Aproveitou para pedir à América Latina não baixar a guarda na luta contra o narcotráfico.

"Estamos preocupados obviamente com discursos agressivos, com militarismos em excesso e compras" de armas, disse Valenzuela que cumpre visita oficial ao Peru, etapa final de uma viagem que o levou a Equador e Colômbia. Seu comentário foi feito depois do anúncio na segunda-feira de que o governo da Venezuela estuda comprar equipamentos militares da Rússia, num valor superior a 5 bilhões de dólares.

No começo da semana, o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, assinalou que há preocupação em Washington com a possibilidade de que parte dessas armas que a Venezuela vai adquirir parem em "outras mãos, na região".

[SAIBAMAIS]Valenzuela, em breve diálogo com a imprensa, destacou que as preocupações de seu país devem "ser resolvidas em conjunto, com muito respeito por todas as demais nações". Ele, que conclui neste sábado uma visita oficial à região, pediu para não baixar a guarda na luta contra o narcotráfico, defendendo um trabalho em parceria contra este flagelo porque "não é, apenas, um problema policial". "Estive no Equador e na Colômbia e, nos dois países, o esforço e a cooperação em assuntos ligados ao narcotráfico são excelentes", destacou, lembrando que também é "muito valorizado" o trabalho realizado pelo Peru contra este crime.

Em uma breve entrevista à imprensa, o secretário adjunto destacou que Washington tem um "novo enfoque" para combater o narcotráfico, o de "não apenas admitir a corresponsabilidade, mas também garantir que seja feito de forma respeitosa, conjunta e integral".

Valenzuela chegou na noite de quinta-feira ao Peru e, neste sábado, será recebido pelo presidente peruano, Alan García, viajando depois à região norte-oriental de San Martín, onde são realizados programas de desenvolvimento alternativo e de substituição de folhas de coca (matéria-prima da cocaína) por outros cultivos.

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