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Bento XVI garante que Igreja 'atua' em casos de abusos sexuais

Agência France-Presse
postado em 21/04/2010 14:41
O Papa Bento XVI garantiu nesta quarta-feira que a Igreja Católica "atua" nos casos de pedofilia que sacodem o clero europeu e da América há meses.

Durante sua audiência semanal na Basílica de São Pedro, o Papa se referiu à viagem que fez a Malta no último fim de semana, durante a qual se reuniu com oito vítimas de abusos sexuais em um orfanato católico.

"Compartilhei seus sofrimentos e, com emoção, orei com eles garantindo que a Igreja está agindo" para remediar esses crimes, afirmou Bento XVI.

Em Malta, o Papa havia garantido que "a Igreja faz e continuará fazendo tudo o que está em seu poder" para investigar os casos de abusos, fazer os responsáveis serem julgados e "proteger os jovens".

No dia 20 de março, em uma carta remetida aos fiéis da Irlanda, país abalado por um escândalo em seu clero, em um tom muito duro para o episcopado que encobriu os abusos, Bento XVI expressou a "vergonha" e o "remorso" da Igreja frente a esses crimes e definiu "iniciativas concretas" para evitar sua repetição e tentar reparar o mal causado às vítimas.

O Vaticano divulgou no dia 12 de abril em seu site o procedimento a seguir em caso de abuso sexual, cujos culpados deverão ser denunciados, uma maneira de responder às acusações de omissão contra a Igreja.

Os procedimentos aplicados em casos de abuso estão enumerados e o documento de uma página e meia publicado em inglês explica que a denúncia de abusos "às autoridades competentes deve sempre respeitar a lei ordinária".

Além disso, "a diocese local deve investigar cada alegação de abuso sexual cometido por um padre contra um menor. Se a alegação parece verdadeira, o caso deve ser transmitido" ao Vaticano.

Uma avalanche de revelações de casos de abusos sexuais contra menores cometidos por membros do clero na Europa, na América do Norte e do Sul, com frequência encobertos pela hierarquia católica, sacodem a Igreja há meses.

Os casos chegaram inclusive a envolver o Papa, acusado na Alemanha e nos Estados Unidos de ter acobertado esses crimes.

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