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Diplomata indiana é acusada de espionar para o Paquistão

Agência France-Presse
postado em 27/04/2010 13:06
Uma diplomata indiana de destaque na embaixada da Índia em Islamabad foi presa em Nova Déli por supostas atividades de espionagem para o Paquistão, anunciaram nesta terça-feira (27/4) a polícia e o Ministério de Relações Exteriores.

"Temos motivos para acreditar que uma funcionária da embaixada da Índia em Islamabad transmitiu informações aos serviços secretos paquistaneses", declarou à imprensa um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Vishnu Prakash.

"A funcionária coopera com nossas investigações", declarou na capital do Butão, onde nesta quarta-feira será realizada uma conferência regional.

Segundo uma autoridade policial, Madhuri Gupta, 53 anos e segunda secretária da embaixada da Índia em Islamabad, estava sendo vigiada havia seis meses.

"Gupta foi presa em sua casa na região leste de Nova Déli depois de ser convocada para consultas", declarou esse policial que pediu para não ser identificado.

A funcionária, que trabalhava havia três anos no serviço de imprensa e de informação da embaixada na capital paquistanesa, é suspeita de ter transmitido a seus contatos paquistaneses informações do chefe do serviço de inteligência, investigação e análise indiano em Islamabad.

Segundo a agência de imprensa Press Trust of India (PTI), durante a prisão de Gupta também era avaliado o papel do chefe desse serviço, R.K. Sharma.

K.C. Singh, um ex-secretário indiano de Relações Exteriores, declarou à rede Times Now que Madhuri Gupta teoricamente tinha acesso limitado às informações.

"Haveria mais danos se fosse alguém de um departamento político", declarou.

Desde a independência de Índia e Paquistão em 1947, os países se confrontaram em três guerras, duas delas por conta da disputa pela região da Caxemira.

Nova Déli e Islamabad iniciaram em 2004 um processo de paz para atenuar as tensões, em particular na Caxemira, região de maioria muçulmana dividida entre os dois países e em cuja parte indiana existe há 20 anos uma insurreição separatista.

O diálogo foi interrompido em novembro de 2008 devido aos atentados de Bombaim, que deixaram 166 mortos, mas foi retomado em fevereiro passado.

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