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Noruega: Linda com sol ou chuva

Bergen, a segunda maior cidade do país, ganhou fama por três atrações: o casario de madeira, o Monte Fløyen e o mercado de peixes, aberto diariamente no verão

Tatiana Nascimento
postado em 14/07/2010 09:18

As férias de julho chegaram. Está com dinheiro sobrando, mas ainda não decidiu para onde viajar? Que tal fazer as malas e pegar o caminho do norte? Sua próxima parada pode ser a Noruega. Terra dos fiordes, do bacalhau, dos vikings, do A-Ha, do pintor Edvard Munch e seu O grito, do sol da meia-noite. Nestes dias de verão no Hemisfério Norte, o sol demora a se pôr ; ou simplesmente não se põe ; na maioria das cidades deste país de 4,8 milhões de habitantes. Um motivo a mais para dormir menos e aproveitar as paisagens de tirar o fôlego.

Ålesund: a Veneza nórdica tem montanhas, arquitetura elegante e fartura de bacalhauO passeio pode até começar pela capital, Oslo, com seus museus, seus prédios antigos e modernos, sua gente de várias nacionalidades caminhando pelas ruas. Mas a sugestão aqui é se perder (ou se achar) nas cidades litorâneas, de onde partem os cruzeiros que cortam os fiordes do país. Já ouviu falar em Bergen? É a segunda maior cidade da Noruega. Grande para os padrões noruegueses, claro. São 250 mil habitantes, ou três vezes a capacidade do estádio do Maracanã. Fundada em 1070, foi a capital do país até 1299, quando perdeu o posto para Oslo.

O Centro deve ser conhecido a pé e o ponto de partida não pode ser outro senão o píer de Bryggen. Declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979, constitui a região mais antiga, colorida e turística de Bergen. Um quarteirão de casas de madeira data de 1702. Foi tudo o que sobrou do grande incêndio que praticamente destruiu a cidade naquele ano. Atualmente, Bryggen abriga restaurantes, bares, pubs, um monte de lojas de suvenires e museus. Não deixe de entrar nas ruelas do lugar.

De lá partem pequenos barcos que fazem passeios curtos, ideais para apreciar a beleza da cidade de dentro do mar. E aprender toda a história de Bergen, contada em vários idiomas (inglês e espanhol, entre eles). A área também abriga o mercado de peixe. Durante o verão, as barraquinhas estão abertas diariamente, das 7h às 19h. Lagostas, camarões, caranguejos gigantes (king crab), mariscos, salmão, bacalhau. Estão todos ali, prontos para serem devidamente degustados pelos turistas.

Os frutos do mar podem vir no formato de petiscos ou nos sanduíches tradicionais noruegueses (abertos, enfeitados e bem saborosos). Um pequeno sai pelo equivalente a R$ 7. O preço é um tanto salgado, mas a experiência compensa. Quem bebe pode pedir uma cerveja local para acompanhar (mais R$ 10).

Detalhe que pode frustrar os desavisados: os noruegueses não comem tanto bacalhau, embora sejam grandes exportadores. Mas sempre dá para encontrar o objeto de desejo gastronômico.

Baleia
No mercado ainda dá para provar (e comprar) caviar e salames de alce e de rena. E de baleia também. Para prazer dos gourmets e desgosto dos ambientalistas, o país nunca parou de capturar as pequenas minkes, apesar da proibição. Nos restaurantes também é possível comer a carne do mamífero como rosbife ou então na versão carpaccio. Depois de encher a pança, a pedida é subir de funicular (bondinho) até o Monte Fl;yen, um dos sete que cercam e protegem Bergen.

Lá do alto é possível ter uma visão completa da cidade, com suas edificações baixas, o porto, os píeres e suas milhares de lanchas. O monte conta com um restaurante e lojas de suvenires, além de um parquinho para as crianças. Tem também uma estátua do vovô Troll, tradicional figura do folclore escandinavo. É perfeita para fotos de si mesmo ou com toda a família. Afinal, turista que é turista paga mico sem problema. O bondinho circula até a meia-noite. O bilhete de ida e volta custa o equivalente a R$ 20.

Achou caro? Então compre só um trecho e volte caminhando. Faça como os noruegueses, que adoram andar a pé. Aproveite o ar puro, o contato com a natureza. Desenferruje os músculos, porque você vai precisar deles. Uma capa ou um guarda-chuva também serão essenciais nessa viagem. Em média, chove 300 dias por ano em Bergen. Se você der sorte, até consegue escapar da fúria de São Pedro. Se não der, curta a cidade assim mesmo. Ela é linda com sol ou chuva.

Leia mais no caderno de Turismo desta quarta-feira, no Correio Braziliense.

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