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Obama visita a sede do Facebook

De olho nos jovens que o elegeram em 2008, presidente interage com internautas

postado em 21/04/2011 08:42
Em uma sessão de perguntas de usuários da rede social, o presidente Obama pediu votos

Ao dar início a uma viagem à Costa Oeste dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama começou ontem uma tentativa de recapturar o espírito de sua vitoriosa campanha eleitoral de 2008, com uma emblemática visita à sede da rede social Facebook. Democratas reconheceram que em 2012, na campanha pela reeleição, Obama precisará mobilizar muitas das mesmas forças que o levaram à Casa Branca: um exército de eleitores jovens e cheios de energia, assim como uma grande quantidade de eleitores independentes.

Ao visitar a sede do Facebook, no Vale do Silício, onde o fundador do Facebook, Mark Zukerberg, é um herói, Obama busca se conectar com dezenas de milhões de pessoas que adotaram a mídia social como meio primordial de comunicação. O presidente participou de uma sessão de perguntas e respostas com internautas sobre a economia e o orçamento. ;Não posso fazer isso sozinho. A única maneira é com o envolvimento de vocês, se continuarem comprometidos;, pediu o presidente, invocando a febre da Obamania durante a disputa pela Casa Branca.

A campanha vitoriosa de Obama na eleição presidencial de 2008 foi marcada pela utilização das redes sociais. Mantendo-se no mesmo caminho, o presidente anunciou há duas semanas a sua candidatura à reeleição principalmente via Twitter e Facebook. Obama também citou o Facebook como exemplo do espírito empreendedor americano, em seu discurso sobre o Estado da União, no fim de janeiro.

O objetivo da reunião de ontem era falar sobre maneiras de reduzir o deficit orçamentário de US$ 1,4 trilhão. Hoje, ele vai a San Francisco para participar de um evento de arrecadação de recursos para o Partido Democrata. Obama planeja escalas em Las Vegas (Nevada) e Los Angeles antes de voltar a Washington, amanhã.

Crise fiscal
A peregrinação do presidente tem como objetivo divulgar seus esforços para reduzir o deficit, no momento em que ainda repercute nos meios políticos e no mercado financeiro a ameaça da agência de classificação de riscos Standard & Poor;s de diminuir a classificação de crédito AAA dos EUA. O temor da agência é de que Washington não vá combater seus problemas fiscais.

Ao tratar da economia em eventos em dois estados politicamente importantes ; a Califórnia é historicamente um dos chamados swing states, que mudam de voto facilmente ;, Obama espera demonstrar seu engajamento em uma questão que os futuros adversários provavelmente vão explorar como uma fraqueza política sua. Os dados da pesquisa ABC News/Washington Post divulgada na terça-feira mostram que os índices de aprovação de Obama estão próximos a um recorde de baixa, explicado pelo pessimismo crescente da população sobre a recuperação econômica. A oposição republicana acusa o presidente democrata de que não ter fornecido detalhes suficientes sobre seus planos para reduzir o deficit. Os republicanos dizem que elevar os impostos vai prejudicar a frágil retomada do crescimento.

Na Califórnia, que abriga a maior comunidade de imigrantes do país, Obama tentará também renovar a promessa de dar novo impulso ;ao sistema inoperante de imigração;. Um grupo de defesa dos estrangeiros radicados no estado levantará um cartaz com o lema ;mudança requer valentia;, durante um evento com a presença do presidente em Los Angeles. Como candidato presidencial, em 2008, o democrata reabilitou a promessa de uma reforma migratória.

;Queremos dar as boas-vindas ao presidente, mas ele precisa saber que continuam intactas as nossas críticas às deportações, à divisão de famílias e a um sistema migratório injusto;, explicou à agência de notícias France Presse Jorge Mario Cabrera, porta-voz da Coalizão dos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles.

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