Mundo

Ataque talibã mata 34 pessoas na fronteira entre o Paquistão e Afeganistão

postado em 02/06/2011 08:30
Pelo menos 28 policiais e seis civis morreram desde quarta-feira em um ataque de centenas de talibãs paquistaneses e afegãos contra um posto de controle perto da fronteira entre os dois países, no noroeste do Paquistão.

"Pelo menos 500 criminosos, talibãs paquistaneses e afegãos, fortemente armados atacaram na manhã de quarta-feira um posto de controle da polícia em Shaltalu, no distrito de Dir, perto das zonas tribais, redutos dos talibãs paquistaneses aliados da Al-Qaeda", declarou à AFP o policial Qazi Jamil ur Rehman.

O posto fica a seis quilômetros da fronteira em uma região próxima da província afegã de Kunar. O Exército enviou helicópteros para contra-atacar e obrigou os talibãs a fugir para as montanhas da região, mas ainda eram registrados combates esporádicos muitas horas depois.

O balanço atual é de 34 mortos: 28 policiais e seis civis, incluindo duas mulheres e duas crianças, que morreram em suas casas, atingidas por artefatos disparados pelos talibãs, informou Rehman.

"Retomamos o controle da maior parte da região, mas os tiroteios prosseguem perto do posto policial", acrescentou o oficial, que não teve condições de informar o possível número de vítimas do lado talibã.

As zonas tribais do noroeste de Paquistão, que Washington considera "a região mais perigosa do mundo", são redutos dos talibãs paquistaneses e o principal santuário no mundo para a Al-Qaeda. Também é a base de retaguarda dos talibães afegãos.

O Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), grupo que aderiu à Al-Qaeda, executa desde 2007 uma campanha de atentados violentos em todo o país.

A polícia e o Exército paquistaneses são os principais alvos dos atentados do TTP desde meados de 2007, quando o movimento decretou a ;jihad; (guerra santa) contra Islamabad.

Os talibãs paquistaneses prometeram intensificar a campanha de atentados, que matou 4.400 pessoas em quatro anos, após a morte de Osama Bin Laden no início de maio. Os fundamentalistas acusam Islamabad de cumplicidade no ataque das forças especiais americanas que matou Bin Laden.

Ao mesmo tempo, o governo do Paquistão ordenou que uma comissão independente investigue a operação das forças de elite americanas que matou Bin Laden, enquanto os parlamentares paquistaneses ameaçam interromper a cooperação logística do Paquistão com as tropas americanas no Afeganistão, caso Washington não interrompa os ataques com aviões teleguiados operados pela CIA.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação