Agência France-Presse
postado em 12/07/2011 18:17
PARIS - Eva Joly, ex-juíza franco-norueguesa, que presidiu vários importantes processos contra a corrupção na França, foi designada nesta terça-feira candidata do partido ecologista francês às eleições presidenciais de 2012.
A ex-magistrada, de 67 anos, se impôs nas primária de seu partido Europa-Ecologia-Os Verdes por 58% dos votos contra o ex-apresentador de televisão Nicolas Hulot, que obteve 41%. Ela entrou na política há apenas três anos, deixando-se convencer pelo líder dos ecologistas europeus e expoente das manifestações estudantis de Maio de 68 na França, Daniel Cohn-Bendit.Eva Joly chegou a ser eleita, com folga, deputada do Parlamento Europeu, ao final de uma campanha onde soube cativar por sua imagem de "incorruptível", sem que sua voz monótona e seu forte sotaque norueguês agissem em desvantagem.
Para esta campanha, a ex-magistrada declarou apresentar-se em nome de um setor comprometido frontalmente contra o presidente Nicolas Sarkozy, eventual candidato da direita em 2012, anunciando que seria a candidata da "França que não aceita a discriminação nem os guetos" e "acredita que a fraternidade é nosso bem mais precioso".
Joly ficou famosa no anos 1990 por representar uma justiça que não vacilou em atacar o poder e o mundo dos negócios na França, e seu nome aparece estreitamente ligado ao chamado "caso Elf", relacionado às atividades na África da grande companhia de petróleo.
Eva Joly, de solteira Gro Eva Farseth, nasceu em 1943 num bairro operário de Oslo e viajou aos 17 anos à França para trabalhar, enquanto estudante, no seio de uma família burguesa francesa. Obteve a magistratura aos 38 anos, iniciando uma carreira que a levaria ao centro dos casos político-financeiros mais sensíveis.
Em 2002, depois de enviuvar, Eva Joly voltou a seu país natal para trabalhar como conselheira do governo norueguês em sua luta contra os paraísos fiscais.