Mundo

Rudolf Brazda, o último 'triângulo rosa', é cremado na França

Ele foi um dos dez mil deportados por Adolf Hitler devido a sua opção sexual, uma vez que os nazistas consideravam os homossexuais um perigo para a continuidade da raça

Agência France-Presse
postado em 08/08/2011 11:52
O funeral de Rudolf Brazda, o último sobrevivente dos "triângulos rosa", como eram conhecidos os homossexuais internados nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, foi realizado nesta segunda-feira (8/8) em Mulhouse, na região da Alsácia francesa. Participaram da cerimônia ex-combatentes e membros de associações de defesa dos homossexuais.

Brazda, que morreu na última quarta-feira aos 98 anos, foi cremado após uma breve cerimônia religiosa. Suas cinzas foram depositadas ao lado das de seu companheiro, falecido em 2003, no cemitério de Mulhouse.

Nascido em 26 de junho de 1913 na Saxônia, leste da Alemanha, em uma família tcheca de língua alemã, Brazda saiu do anonimato em 2008, quando Berlim inaugurou um memorial em homenagem aos "triângulos rosa" e anunciou que apenas um deles, testemunha de todo o horror da época, permanecia vivo.

Brazda foi um dos dez mil deportados por Adolf Hitler devido a sua opção sexual, uma vez que os nazistas consideravam os homossexuais um perigo para a continuidade da raça. Ele sobreviveu a 32 meses de humilhação e maus tratos no campo de Buchenwald, no centro da Alemanha.

Ao lado do escritor Jean-Luc Schwab, Brazda publicou sua biografia, "Triângulos rosas - Um homossexual no campo de concentração nazista", onde relembrou seu passado, os trabalhos forçados, a onipresença da morte e as humilhações sofridas.

Em abril de 2010 ele recebeu a Legião da Honra, uma alta condecoração do Estado francês.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação