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Americanos vão viver em antigo depósito de mísseis e resistir ao apocalipse

Agência France-Presse
postado em 13/04/2012 15:51
Salina - As monótonas pradarias do Kansas (centro dos Estados Unidos) vão se enriquecer com novos moradores: americanos prontos para viver num antigo silo para mísseis transformado em residência de luxo e capaz, segundo seu promotor, de resistir ao final dos tempos.

Larry Hall conseguiu convencer alguns compradores a investir em seu projeto. "Eles temem uma erupção solar, o agravamento da crise econômica, passando por pandemias, atos de terrorismo e falta de alimentos", enumera Hall numa conversa com a AFP. Os recentes tremores de terra no México valeram a ele telefonemas de outros eventuais compradores.

Segundo Hall, as ameaças, sejam elas naturais ou causadas pelo homem, não param de aumentar. Depois de concluída sua readaptação, ele assegura que o antigo depósito de armamentos será um porto de conforto e de paz para seus moradores, que não vão mais precisar se preocupar com o caos reinante no exterior.

Larry Hall investiu 4 milhões de dólares no local, incluindo os 300.000 dólares que desembolsou para a compra da estrutura que, no momento da transação, em 2008, estava inundada e fechada hermeticamente por enormes portas.

O silo, construído na época da Guerra Fria, é uma espécie de torre inversa que desce a 53 metros sob a terra. Suas paredes de cimento têm uma espessura de três metros que permitem ao prédio resistir a um ataque nuclear.

Dos 14 andares, Larry Hall adaptou a metade em apartamentos. Seu preço de compra não está, verdadeiramente, ao alcance de todos os bolsos: um andar inteiro custa 2 milhões de dólares. Esse preço, no entanto, atraiu um jogador de futebol americano, um piloto de corrida de automóvel, um produtor de cinema e vários políticos que visitaram o local. Até agora, Hall vendeu três apartamentos.

Uma fazenda subterrânea

Ele próprio tem a intenção de utilizar um apartamento como residência secundária, explicou, pondo em destaque uma outra atração de seu projeto: uma futura fazenda instalada no silo, capaz de produzir legumes e peixes em quantidade suficiente para alimentar 70 pessoas, que não vão precisar pôr o nariz de fora. Também estão previstos uma piscina, um cinema, uma biblioteca, um centro médico.

Para permitir aos moradores viver de forma autossuficiente, o antigo depósito será dotado de uma rede elétrica e, em caso de pane, de energia eólica e geradores. A água será armazenada em enormes reservatórios, após ter sido filtrada.

Mas Larry Hall está principalmente orgulhoso de seu sistema de segurança. Uma cerca fechada por arame farpado será construída em volta da propriedade e câmeras de vigilância vão permitir aos moradores prevenir qualquer tentativa de intrusão. "Se alguém tentar escalar a cerca, teremos os meios para neutralizá-lo", explicou.

No interior da construção, a calma é impressionante. "A sensação é de estar numa caixa de isolamento, não se ouve realmente nada", felicita-se Hall, levantando a cabeça para o teto, de três metros de altura.

Ele se prepara para dar o último retoque no apartamento de 167 m2 comprado por uma rica empresária que pensa viver aí com os dois filhos. Quando ela olhar pela janela, poderá escolher programar uma tela de vídeo reproduzindo uma paisagem de florestas, ou uma vista de Paris, Nova York, e até de uma praia.

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