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Governo japonês irá comprar as ilhas Senkaku, reivindicadas pela China

Agência France-Presse
postado em 10/09/2012 12:13
Tóquio - O governo japonês decidiu comprar as ilhas Senkaku, um arquipélago no Mar da China reivindicado por Pequim, anunciou o porta-voz de Tóquio, o que provocou uma resposta de Pequim de que não cederá na questão. "Durante uma reunião ministerial, decidimos virar proprietários das três ilhas Senkaku o mais rápido possível", declarou o porta-voz Osamu Fujimura, usando o nome japonês deste pequeno arquipélago que Pequim chama de Diaoyu.

Fujimura informou que o governo fechou na sexta-feira um acordo com os proprietários, uma família privada japonesa, mas não quis revelar o preço da aquisição. Segundo a imprensa, o valor da transação seri ade 2,05 bilhões de ienes (26,1 milhões de dólares). A decisão de comprar as ilhas, que formalmente pertencem a integrantes da guarda costeira japonesa, pretende garantir "a preservação da tranquilidade e estabilidade", afirmou o porta-voz.

Este grupo de ilhas sem habitantes, 2.000 km ao sudoeste de Tóquio e 200 km ao nordeste das costas de Taiwan, que também reivindica o arquipélago, é um dos principais fatores da tensão entre Japão e China. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou que o país jamais cederá uma polegada na disputa territorial com o Japão. "As ilhas Diaoyu são parte inerente do território da China. Em termos de soberania e território, o governo e o povo chineses não cederão nenhuma polegada", afirmou, de acordo com a agência oficial Xinhua.

[SAIBAMAIS] No sábado, Pequim advertiu mais uma vez, formalmente, a Tóquio que não desistirá da reivindicação. Em agosto, ativistas chineses desembarcaram em uma das ilhas e foram rapidamente detidos. Em seguida foram expulsos. Poucos dias depois, nacionalistas japoneses chegaram ao mesmo local com uma bandeira do país. A ação provocou manifestações antijaponesas em mais de 20 cidades da China.



Tóquio também tem um conflito territorial a respeito de outras ilhas com a Coreia do Sul. As relações passam por um momento de tensão entre os dois importantes aliados dos Estados Unidos na região desde uma visita em agosto do presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, às ilhas Doko, reivindicadas pelo Japão com o nome de Takeshima. Pelos conflitos, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, não celebrou nenhum encontro formal com os representantes chineses e sul-coreanos durante a reunião de cúpula Ásia-Pacífico (Apec) do fim de semana passado em Vladivostok.

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