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Atentado deixa pelo menos três pessoas mortas e 96 feridas no Líbano

Agência France-Presse
postado em 19/10/2012 13:36
Homem caminha pelos escombros
Beirute - Um carro-bomba explodiu nesta sexta-feira (19/10) numa rua no leste de Beirute, uma região de maioria cristã, matando pelo menos três pessoas e ferindo 96, em meio a um aumento de tensões no Líbano em função da guerra na vizinha Síria.

Mais cedo, citando integrantes da Defesa Civil, a Agência Nacional de Informação havia informado sobre oito mortos e 78 feridos após a explosão, ocorrida a apenas 200 metros da sede do partido cristão, o Phalange, que é hostil ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad. Dois edifícios devastados pela explosão foram observados em uma rua estreita perto da praça Sassine, em Ashrafieh. Um dos prédios ainda estava em chamas, enquanto funcionários da Cruz Vermelha resgatavam os feridos no local.

As varandas foram destruídas pela força da explosão, vidros das janelas se estilhaçaram e carros foram esmagados pela queda dos destroços. "Ouvimos uma forte explosão. A terra tremeu sob os nossos pés", disse Roland, de 19 anos, em meio a uma multidão de membros do exército, socorristas e curiosos. Nancy, de 45 anos, chorava enquanto refletia a respeito de como esteve tão perto da morte. "Eu estava chegando em casa quando vi meu prédio em chamas. Eu teria morrido se estivesse em casa". Parentes de funcionários do banco BEMO, cujas janelas estavam quebradas, se dirigiram para o local para procurar por seus entes queridos. "Onde está Pierre?", gritou um homem, enquanto uma jovem mulher buscava sua mãe nos destroços.

Um socorrista, identificado como Rahmeh, afirmou que "isso me lembra os ataques durante a guerra civil (de 1975-1990) e de depois da guerra". Soldados e o ministro do Interior, Marwan Sharbel, também se dirigiram ao local do primeiro atentado com carro-bomba em Beirute desde o dia 25 de agosto de 2008, quando o principal investigador antiterrorismo do país foi morto com outras três pessoas. O maior atentado com carro-bomba desde a guerra civil libanesa, de 1975 a 1990, ocorreu no dia 14 de fevereiro de 2005, quando uma grande explosão matou o ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri e outras 22 pessoas.

[SAIBAMAIS]Na ocasião, o Líbano estava ocupado por tropas sírias, que entraram no país durante a guerra civil, e sua política era dominada por Damasco. Hariri foi originalmente um simpatizante do regime sírio, mas se posicionou contra o governo antes de ser assassinado. Ninguém nunca foi julgado pelo assassinato, mas um tribunal apoiado pela ONU indiciou quatro membros do grupo muçulmano xiita Hezbollah, que agora domina o governo libanês e é aliado do presidente sírio.



Os quatro suspeitos ainda estão foragidos. A Síria, por sua vez, condenou nesta quinta-feira o atentado no Líbano, denunciando um ato "covarde e terrorista", indicou a agência oficial Sana. "Estes atentados terroristas são injustificáveis não importa onde ocorram", afirmou o ministro sírio da Informação, Omran al-Zohbi, citado pela Sana. Há uma forte tensão no Líbano devido ao conflito na Síria, com alguns grupos políticos apoiando Assad e outros se opondo ao presidente contestado.

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