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Nova York começa a se recuperar do Sandy, mas enfrenta enorme desafio

Agência France-Presse
postado em 31/10/2012 14:08
Apesar das melhorias, o metrô em Manhattan continua interditado
Nova York - Nova York começa a recuperar a normalidade nesta quarta-feira (31/10) com a retomada do serviço de ônibus, a reabertura limitada de alguns aeroportos e de Wall Street, embora a metade de Manhattan siga privada de eletricidade e o metrô continue suspenso.

Enquanto isso, o balanço de vítimas seguia aumentando, tal como haviam advertido as autoridades, e se situava em 24 mortos nos cinco distritos da cidade, indicou nesta quarta-feira a polícia de Nova York. A maioria das vítimas morreu pela queda de árvores arrancadas pelos violentos ventos que atingiram a cidade na noite de segunda-feira. Outras vítimas foram encontradas afogadas em bairros inundados da cidade.

Símbolo da tradicional força da Big Apple, a Bolsa de Nova York voltou à atividade nesta quarta-feira de manhã na presença do prefeito Michael Bloomberg, que soou o sino. Dois dias após a passagem da supertempestade Sandy pela costa leste dos Estados Unidos, os aeroportos internacionais John F. Kennedy e Newark Liberty, que servem Nueva York, também reabriram.

No entanto, os voos estão "limitados" por enquanto, segundo a autoridade portuária de Nova York e Nova Jersey, que recomenda se informar antes de se dirigir aos terminais aéreos. Já os aeroportos de La Guardia e Teterboro permaneciam fora de serviço após o fechamento decidido no domingo à noite devido ao furacão Sandy, rebaixado à tempestade pós-tropical na madrugada de terça-feira.

[SAIBAMAIS]Ainda mais essencial ainda para a cidade, o metrô de Nova York também seguia paralisado: quilômetros de vias subterrâneas continuavam inundadas, o que impede a retomada de uma das redes mais antigas do mundo, de 108 anos, e que é utilizada diariamente por cerca de 5,3 milhões de passageiros. Toneladas de água salgada se infiltraram quando o nível do mar subiu abruptamente devido à chegada do furacão, razão pela qual muitas plataformas e vias ficaram submersas. Um alívio para os nova-iorquinos foi a retomada do serviço de ônibus, parcial na sexta-feira à noite e quase completo desde a manhã desta quarta-feira.



Longas filas se formavam nos pontos de ônibus nas grandes avenidas no sul de Manhattan, onde cerca de 200.000 lares seguiam sem eletricidade e que passou sua segunda noite totalmente às escuras. No norte de Manhattan, tomados por milhares de taxis, os caminhões distribuíam mercadorias a supermercados e outra lojas, e vendendores ambulantes também voltaram para seus pontos de comércio, na periferia da cidade. Algumas lojas se encontravam abertas nesta parte da cidade, muitas delas iluminadas com velas, embora centenas de lojas e restaurantes permanecessem fechados.

O tradicional desfile de Halloween previsto para quarta-feira à noite em um dos bairros desta parte da cidade, West Village, foi suspenso. O oposto desta paralisia era o centro e o norte de Manhattan, onde a atividade era quase normal, com milhares de táxis, caminhões descarregando alimentos em supermercados e vendedores ambulantes nas calçadas da cidade. Por sua vez, as escolas seguiam fechadas pelo terceiro dia consecutivo, assim como os túneis, com exceção do Lincoln, que liga Nova York a Nova Jersey (leste).

Enquanto isso, a situação melhorava também para os turistas. Os shows da Broadway decidiram reabrir dentro do espírito "o espetáculo tem que continuar". Peças populares com "Jersey Boys" e "The Book of Mormon" voltarão aos palcos, anunciou a Broadway League Industry. O Metropolitan Opera igualmente reabre suas portas com a obra "The Tempest", de Thomas Ades, um título ironicamente triste e em harmonia com o atual ambiente nova-iorquino. Além disso, os organizadores da maratona de Nova York confirmaram que a famosa prova será disputada no próximo domingo, apesar da situação caótica na metrópole.

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