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Líder dos separatistas flamengos critica rei Albert II, da Bélgica

Agência France-Presse
postado em 27/12/2012 13:04
Bruxelas - O líder dos separatistas flamengos Bart De Wever criticou duramente nesta quinta-feira (27/12) o rei Albert II da Bélgica porque considera que ele se excedeu agitando a ameaça do auge do populismo, e pediu que pare de desempenhar um papel político no futuro.

"O monarca deve estar acima da batalha política para poder representar o conjunto da nação. Mas Albert II não cumpre corretamente este papel. Elegeu o caminho de uma realeza de divisão. Sua mensagem de Natal constitui um triste vértice", declarou Bart De Wever no jornal flamengo De Standaard.

[SAIBAMAIS]Na segunda-feira, em seu tradicional discurso de Natal, o rei de 78 anos convocou os belgas a "ficarem alertas e serem lúcidos frente aos discursos populistas", fazendo um paralelismo com os "anos 30", embora sem citar nenhum partido político. A imprensa flamenga foi crítica com o discurso e considerou que era dirigido contra a Nova Aliança Flamenga (N-VA), o partido político de Bart De Wever, que milita abertamente por uma república flamenga.



Albert II "me toma por um fascista. Depois deste discurso de Natal, me pergunto se pode seguir desempenhando seu papel", afirma De Wever em uma entrevista que será divulgada nesta quinta-feira à noite em uma televisão flamenga e da qual o jornal De Morgen publicou alguns trechos. "Uma realeza política é incompatível com a democracia", acrescentou. O chefe da N-VA e novo prefeito da Antuérpia (norte) também considera escandaloso que o primeiro-ministro, o socialista francófono Elio Di Rupo, tenha endossado o discurso real.

"O rei e o PS concordam em sua rejeição da eleição democrática de uma grande parte do povo flamengo", considera Bart De Wever, principal opositor ao governo de coalizão de Elio Di Rupo. Sem chegar a pedir a abdicação do Rei, Bart De Wever pede "outro sistema" e ressalta que o monarca já não está em condições de desempenhar seu papel de árbitro, que consiste, sobretudo, em designar a pessoa encarregada de formar o governo.

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