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Kirchner pede reunião com o FMI para analisar política argentina

Órgão censurou o país nesta sexta-feira devido às estatísticas de inflação e do PIB

Agência France-Presse
postado em 02/02/2013 08:53
Buenos Aires - O governo de Cristina Kirchner pediu na noite de sexta-feira uma reunião extraordinária do Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para examinar a política em relação à Argentina, depois de criticar o voto de censura do organismo, que questiona as estatísticas do país.

"A Argentina solicitou uma reunião extraordinária da Junta de Ministros do FMI, para que examine a política do organismo em relação ao nosso país e sua atuação na origem da crise econômica e financeira mundial", afirma um comunicado do ministério da Economia.

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O Conselho do FMI censurou a Argentina na sexta-feira, pela primeira vez na história da entidade, e exigiu que o país reformule suas estatísticas de inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) até 29 de setembro.

O governo argentino respondeu que a decisão do Fundo tem um objetivo "exemplificador" e representa "um exemplo de tratamento desigual e duas medidas do organismo em sua relação com certos países membros".

[SAIBAMAIS]O FMI, no entanto, deu prazo antes de iniciar um processo de sanções, ao pedir à diretora-gerente, Christine Lagarde, que volte a informar sobre o caso em 13 de novembro.

"Depois do default soberano mais importante da história (US$ 100 bilhões em 2001), a Argentina reestruturou mais de 92% de sua dívida, e apenas no ano de 2012 cancelou dívidas com o setor privado de mais de 11,26 bilhões de dólares", destacou o ministério.

A Argentina rejeita desde 2006, quando saldou suas contas com o Fundo por 9,5 bilhões de dólares, a se submeter a qualquer avaliação da entidade, e também prometeu não pedir mais a ajuda do organismo financeiro.

Mas o governo de Cristina Kirchner aceitou uma missão técnica para ajudar a confeccionar um índice nacional de inflação, sem aplicar suas recomendações, ano passado.

A inflação oficial na Argentina foi de 10,8% em 2012, mas analistas privados afirmam que o resultado seria mais que o dobro.

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