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Menino tem os olhos arrancados em crime que causou indignação na China

O atentado contra a criança ilustra mais uma vez o problema da carência de órgãos na China, situação que alimenta o tráfico

Agência France-Presse
postado em 27/08/2013 10:55
Pequim - Um menino chinês de seis anos foi drogado e teve os globos oculares extirpados para um suposto tráfico de órgãos, um crime selvagem que provocou uma onda de indignação no país. O crime odioso ilustra mais uma vez o problema da carência de órgãos na China, situação que alimenta o tráfico.

Menino descansa em cama de hospital, com os olhos cobertos com bandagens em Taiyuan, na província de Shanxi, no norte da China
Os pais do menino, que mora em uma área rural e pobre, afirmam que no primeiro momento pensaram que o filho havia se ferido gravemente em uma queda no sábado (24/8), antes de perceber que a criança havia sofrido uma dupla extirpação. "Tinha o rosto cheio de sangue, as pálpebras estavam ao contrário e debaixo os olhos não estavam mais no lugar", contou o pai.

A polícia encontrou os dois globos oculares, sem a córnea, segundo o canal estatal CCTV. A polícia ofereceu uma recompensa de 100 mil yuanes (12.200 euros) a quem ajudar a encontrar uma mulher não identificada que seria a principal suspeita.



O menino tem o lábio leporino, uma má-formação congênita que poderia explicar a escolha dos traficantes. Muitos internautas reagiram com indignação. "Como é possível tanta crueldade? É tão sádico", afirmou um deles. "Uma verdadeira tragédia com esta criança", comentou outro.

A maioria das cirurgias de transplantes na China ocorre com órgãos extirpados de condenados a morte ou de prisioneiros após a morte, geralmente sem autorização das famílias, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, o que é negado pelas autoridades chinesas.

Quase 300 mil pacientes precisam de transplante na China todos os anos, mas apenas 10.000 conseguem ante a falta de doadores, segundo a imprensa estatal. A tradição chinesa estipula que um morto deve ser enterrado sem ter o corpo mutilado e poucos chineses aceitam a retirada dos órgãos de um parente.

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